Dica 4 - Quais os cuidados ao dar a partida no motor e como usar a caixa de câmbio?

Por segurança sempre antes de dar a partida no motor é ideal verificar se o freio de estacionamento está acionado. Desligue todos os acessórios elétricos, principalmente, se a temperatura externa estiver muito baixa.

Gire a chave até as luzes no painel se acenderem e aguarde alguns segundos antes de dar a efetivamente a partida.

O acendimento das luzes indica que todos os itens do sistema estão sendo checados previamente pelo módulo eletrônico central, e esta checagem independe do momento em que efetivamente a partida acontecer.

Ou seja, não existe nenhum comprometimento da checagem do sistema de injeção, mesmo quando ocorre alguma interrupção gerada pelo start.

Tanto isso é verdade que não raro, ao se ligar o carro rapidamente, você poderá ver algumas luzes do painel permanecerem acesas, ainda por alguns instantes, mesmo após o motor entrar em funcionamento.

Lembre-se que estas luzes sempre deverão se apagar algum tempo depois de se ligar o motor, sendo preocupante quando isso não ocorrer com qualquer uma delas.

Há casos em que o fabricante recomenda fazer primeiro a comutação da ignição (girar a chave até acender as luzes) e aguardar alguns segundos antes de dar a partida.

Na verdade a intenção desta recomendação é fazer com que o motorista observe todas as luzes de advertência acesas durante a primeira fase (chave ligada), e assim verificar se há alguma avaria antes de dar a partida no motor.

Em outras situações, como na partida a frio de motores flex abastecidos com etanol, alguns sistemas indicam que o (a) motorista também deve aguardar um pouco na fase de comutação da ignição (girar a chave até acender as luzes) antes de dar a partida no motor.

Porém neste caso, esta recomendação visa permitir que o combustível seja devidamente aquecido. Ou seja, também não existe nenhum impedimento técnico que impeça o motorista de acionar a partida antes do intervalo mínimo necessário.

Com exceção destas duas situações descritas, na teoria não há nenhuma imposição técnica de se aguardar algum tempo na fase de comutação da ignição antes de dar a partida no carro.

 Porém, faça a seguinte reflexão: se o fabricante projetou um acendimento prévio das luzes que verificam se todo o sistema está em ordem e o mostra para o motorista, antes da partida, provavelmente deve ser interessante dar esse tempo e observar o painel antes de dar o start propriamente dito.

 

Após o motor carro começar a funcionar temos que voltar a nossa atenção para outro componente importantíssimo para o deslocamento do veículo.

Conhecida como caixa de câmbio ou caixa de marcha, ela é o componente responsável por fazer a transmissão do movimento emitido pela força do motor para as rodas.

Por essa razão também é chamada de caixa de transmissão ou simplesmente transmissão e a sua principal função é por meio de várias engrenagens, multiplicar ou reduzir a força motriz para gerar maior ou menor velocidade para o carro.

Por meio deste sistema de transmissão, a caixa distribui os comandos de força, tração e torque para as rodas, de modo que elas tenham o melhor rendimento, levando em consideração o atrito, peso a ser deslocado e o tipo de terreno no qual estão sendo submetidas ao uso.

O sistema de transmissão é essencial para o deslocamento do veículo, portanto, é preciso ter uma atenção redobrada à caixa de marcha e aos componentes que compõem esse sistema.

 Se o carro possuir transmissão manual, certifique-se que a alavanca do câmbio esta na posição neutra (ponto morto), antes de dar partida do motor.

Após ligar o motor use a embreagem para mover a alavanca de câmbio e posicioná-la na marcha desejada.

No caso do veículo ter transmissão automática, certifique-se que a alavanca seletora da está na posição P (estacionamento), antes de dar partida do motor. Pressione o pedal do freio e gire o interruptor de ignição (para dar a partida do motor), sem pressionar o pedal do acelerador.

Em ambos os casos, se o motor não funcionar, aguarde pelo menos 10 segundos antes de tentar novamente. Não mantenha o interruptor de ignição dando a partida do motor por mais de 15 segundos.

Em locais com altitude acima de 2.400 metros e em baixas temperaturas a partida do motor é mais difícil no frio. Como ar rarefeito em locais com grande altitude dificulta ainda mais a partida, desligue todos os acessórios elétricos, pressione o pedal do acelerador até aproximadamente a metade de seu curso (para injetar um pouco mais de gasolina) e acione o motor de partida por no máximo 15 segundos.

Se o motor não entrar em funcionamento, pressione totalmente o pedal do acelerador e depois acione o motor de partida. Se o motor não entrar em funcionamento, repita o procedimento anterior.

Na maioria dos recentes modelos flex já existe um sistema adicional de alimentação de combustível para auxiliar a partida do motor em baixas temperaturas.

Este sistema adicional é composto por um reservatório de gasolina do sistema de partida a frio que fornece uma pequena quantidade de gasolina para ajudar a partida do motor.

Atente que mesmo com o motor total ou parcialmente aquecido, durante as partidas uma pequena quantidade de gasolina é consumida do reservatório de partida a frio.

Este sistema proporciona renovação do combustível e evita que a mesma gasolina permaneça durante períodos prolongados no reservatório e se deteriore, causando falhas durante a partida do motor, assim como danos ao sistema de partida a frio.

Normalmente ao se ligar o veículo, poderá ser percebido um ruído característico (semelhante a um zumbido) por menos de um segundo devido ao acionamento da bomba do sistema de partida a frio. Isto é plenamente normal e não é motivo de preocupação.

 Na caixa de transmissão manual outro componente é importantíssimo: A embreagem que ao ser acionada permite a troca das marchas com o motor em funcionamento, desacoplando parcialmente o propulsor motriz das engrenagens da caixa de transmissão.

O que é importante saber é que ela deve ser acionada apenas durante as trocas de marchas e que nunca deve permanecer pressionada sem motivo ou servir de apoio para o pé, pois essa prática desgasta rapidamente os seus componentes e ela fica inoperante.

Para se entender porque é fortemente desaconselhado manter a embreagem acionada é interessante conhecer um pouco melhor este componente.

 


Na maioria dos automóveis a embreagem tem uma concepção bem simples sendo composta basicamente por três componentes, platô, disco e rolamento, além de cabo ou sistema hidráulico.

O platô é fundamental para fazer com que a saída da inércia seja realizada de maneira suave. Ele é formado pela carcaça da embreagem, placa de pressão e mola membrana, permanecendo conectado ao volante do motor.

Assim, ao acionar o pedal de embreagem, alivia-se o volante do motor sobre o disco, provocando o desacoplamento do motor ao câmbio.

No movimento inverso, ao se soltar o pedal, o platô pressiona de volta o disco de embreagem contra o volante do motor, fechando o mecanismo e garantindo a suavidade na saída da inércia do veículo.

Já o disco de embreagem é fixado sobre o eixo da transmissão sendo responsável por interligar o motor, o câmbio e o platô. Por fim, o rolamento pressiona o centro da mola membrana, fazendo com que haja o afastamento das placas de pressão do disco de embreagem e interrompendo o envio da rotação do motor para a caixa de câmbio.

 Assim, compreendemos que este componente somente deve ser acionado para as passagens de marcha. Ou seja, nunca devemos ficar com o carro ligado, parado e engrenado na primeira marcha com o pé acionando o pedal de embreagem.

Neste caso, é recomendado colocar o câmbio na posição neutro (ponto morto) e engatar a primeira marcha somente quando efetivamente for movimentar o veículo.

Da mesma forma, após se entender como funciona esta estrutura, percebe-se a importância de se abolir o nefasto hábito de “descansar” o pé sob o pedal de embreagem.

Afinal, estas práticas provocam o aquecimento excessivo e também desgaste prematuro das peças.

Normalmente, a maioria dos fabricantes estima que o sistema de embreagem de um automóvel dura no Brasil entre 40.000 e 60.000 quilômetros. Entretanto, este intervalo pode variar para muito mais ou para bem menos, dependendo do tipo de condução praticada pelo motorista.

Quando o desgaste da embreagem já estiver bem acentuado, normalmente surgirão sinais que incluem: uma vibração ao tirar o pé do pedal da embreagem; o pedal de acionamento ficar muito baixo, duro ou pesado; surgir um ruído ao pisar no pedal da embreagem; aparecer uma dificuldade para realizar as trocas de marcha e perceber a embreagem “patinando” com perda da força de transmissão.

Caso o carro apresente alguns desses sintomas é recomendado levá-lo imediatamente para a sua oficina de confiança.

 Bem diferente da caixa manual, a transmissão automática é dotada, na maioria das vezes, de um sistema hidráulico com conversor de torque e engrenagens planetárias que promovem a troca de marchas sem interromper o envio de potência e torque do motor.

Neste caso é o conversor de torque o responsável por transferir a força do motor para a transmissão.

Ou seja, o câmbio automático não possui o sistema clássico de embreagem.

Além disso, as engrenagens planetárias têm tamanhos diferentes e estão sempre engatadas entre si, sendo que a relação de força varia de acordo com a ordem com que essas engrenagens são automaticamente conectadas.

Já no caso do câmbio automatizado, ele utiliza praticamente a mesma concepção teórica de um câmbio manual. Contudo, ao invés do pedal de embreagem, há um sistema auxiliar para desacoplar automaticamente o motor da transmissão e outro para promover as trocas de marcha.

Nos casos de carros com transmissão automática e na maioria dos veículos com câmbio automatizado, após o automóvel entrar em funcionamento aguarde um ou dois minutos antes de acionar a alavanca seletora e a retirar da posição “P” (estacionamento).

Observe que o indicador “D” no painel acenderá por alguns segundos quando a ignição é colocada na posição II (ligada).

Se este indicador piscar com o veículo em movimento (em qualquer posição), indica um possível problema na transmissão.

Normalmente as opções disponíveis na alavanca seletora da transmissão automática são: 

P (Estacionamento)

Esta posição trava mecanicamente a transmissão.

Sempre coloque na posição “P” quando for desligar ou dar a partida no motor.

Para mover a alavanca da posição “P” para outra posição, pressione o pedal do freio e o botão de liberação da alavanca seletora, sem pressionar o pedal do acelerador.

O botão de liberação da alavanca seletora também deve ser sempre pressionado quando for engatar de outra posição para a “P”.

Para evitar danos à transmissão, pare completamente o veículo antes de engatar a posição “P”.

Atente que a alavanca seletora deve estar na posição “P” antes da chave ser removida da ignição. Caso, a alavanca esteja em outra posição a chave não poderá ser removida. 

R (Marcha-à-ré)

Pressione o pedal do freio e o botão de liberação da alavanca seletora, para engatar da posição “P” para a posição “R”.

Para engatar da posição “R” para “N” (neutro), o veículo deve estar completamente parado.

Pressione o botão de liberação da alavanca seletora para engatar da posição “N” para “R”. 

N (Neutro)

Use a posição “N” se for necessário dar nova partida no motor ou se precisar parar rapidamente e permanecer com o motor funcionando.

Basicamente a função "N", correspondente ao ponto-morto no câmbio manual e foi criada para situações de manutenção, quando é preciso rebocar o veículo ou movimentá-lo com o motor desligado, liberando as rodas que tracionam o veículo.

Porém, diferente do cambio manual não é necessário usar esta posição (“N”) no câmbio automático enquanto você aguarda o sinal abrir, por exemplo. Neste caso mantenha a alavanca da transmissão automática na posição "D" com o pé no freio, pois isso mantém o sistema hidráulico pressurizado e permite arrancar com mais rapidez.

A transmissão automática sempre interpreta uma parada e faz os devidos procedimentos para não sobrecarregar o sistema e seus componentes.

Se precisar sair do veículo por qualquer razão, esteja ele ligado ou não, sempre engate a posição “P”, por segurança.

Pressione o pedal do freio quando estiver movendo a alavanca seletora da posição “N” para qualquer outra marcha.

Para engatar da posição “N” para “R” (Marcha-a-ré) o veículo deve estar completamente parado e o botão de liberação da alavanca seletora deve ser pressionado. 

D  

Use esta posição para condução normal na cidade ou em vias expressas.

A transmissão selecionará automaticamente a marcha apropriada de acordo com a velocidade e aceleração.

Mudanças automáticas para uma marcha mais alta podem ocorrer quando o motor estiver frio, com a finalidade de auxiliar seu aquecimento. 

D3 (caso esteja presente no modelo)

Use a posição “D3” quando estiver conduzindo o veículo em declives, onde o uso do freio-motor é necessário, ou para evitar mudanças constantes entre a 3ª e 4ª marchas quando o tráfego estiver congestionado.

Para obter uma rápida aceleração, pressione totalmente o pedal do acelerador para que a transmissão selecione uma ou duas marchas mais baixas, dependendo da velocidade. 

2 (caso esteja presente no modelo)

Para engatar a 2ª marcha, pressione o botão de liberação da alavanca.

Esta posição trava a transmissão na 2ª marcha.

A posição “2” poderá ser utilizada para obter o auxílio do freio-motor em declives muito acentuados.

Essa posição também deve ser utilizada para saídas em estradas escorregadias, em locais com lama ou areia, onde a 1ª marcha proporciona alta tração, fazendo com que as rodas patinem.

Nunca utilize a posição “2” para “reduzir a marcha” quando se está dirigindo em condições normais. Isso pode causar uma forte desaceleração, gerando riscos de derrapagem e perda de controle do veículo. 

1 (caso esteja presente no modelo)

Para engatar da segunda para a primeira, pressione o botão de liberação da alavanca seletora.

Com a alavanca seletora nesta posição, a transmissão trava na primeira marcha.

Por meio das trocas das marchas para cima e para baixo diretamente entre a 1ª, 2ª, D3 e D, a transmissão, nesta situação, pode até ser operada igualmente a uma transmissão manual, sem a presença de um pedal da embreagem. 

Alguns veículos possuem um dispositivo que permite desbloquear a trava da alavanca seletora.

Ele permite mover a alavanca da posição “P” em caso de defeito na operação normal, ou para movê-la da posição “P” (estacionamento) para a posição “N”, por exemplo, para rebocar o veículo desligado.

Para isso, siga os procedimentos abaixo:

1. Acione o freio de estacionamento.

2. Remova a chave da ignição.

3. Caso exista uma tampa sobre a fenda do desbloqueador, coloque um pedaço de pano sobre o entalhe da trava da tampa, para proteger a tampa no console. A seguir, use uma chave de fenda pequena, faça para fazer uma alavanca sobre o entalhe da tampa para removê-la.

4. Insira a chave indicada pelo fabricante no compartimento do desbloqueador da trava da alavanca seletora.

5. Empurre para baixo a chave, enquanto pressiona o botão de liberação da alavanca seletora e mova a alavanca seletora da posição “P” (estacionamento) para a posição “N” (neutro).

6. Remova a chave do compartimento do desbloqueador da trava da alavanca seletora, em seguida recoloque a tampa.

 


Muitos veículos equipados com câmbio automático disponibilizam no painel uma luz sinalizadora que ao acender indica a existência de algum problema no módulo eletrônico do veículo, responsável por controlar a transmissão automática. Obviamente, neste caso você deve levar o carro o mais rápido possível para a sua oficina de confiança.




 
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Dica 1 - Qual a importância e o significado de cada luz do painel?     

Dica 2 - Quanto se gasta realmente com um carro por mês?              

Dica 3 – Por que seguir as especificidades do óleo lubrificante do motor?        

Dica 4 – Quais os cuidados ao dar a partida no motor e como usar a caixa de câmbio?    

Dica 5 – Qual a real importância do óleo da caixa de câmbio?         

Dica 6 - Quais os cuidados são necessários com a temperatura do motor e com o líquido do sistema de arrefecimento?  

Dica 7 – Para que serve e como funciona o fluido de freio? 

Dica 8 – O que é importante conhecer e acompanhar no sistema de direção?  

Dica 9 – Para que serve esse tal de filtro de ar?     

Dica 10 – Para que serve um filtro de gasolina?  

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Dica 13 – Quais os cuidados devemos ter com a bateria?    

Dica 14 – Quanto tempo dura um pneu e quais os cuidados devemos ter com eles?  

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Dica 16 – Por que manter cheio o reservatório de partida a frio e também do lavador do para-brisa?  

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Dica 18 – Como funcionam e para que servem os sensores automotivos? 

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Dica 20 – Como funcionam e para que servem as bobinas? 

Dica 21 – Como funciona o motor de arranque?        

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Dica 30 – O que é módulo central (ECU) e Centralina? 

Dica 31 – Quais os cuidados devemos ter com o motor?  

Dica 32 – O que são trizetas, tulipas, coifas e semi-eixos?     

Dica 33 – O escapamento precisa de manutenção (coletor, abafador, silencioso, catalisador e sonda lambda)? 

Dica 34 – Como limpar adequadamente o carro? 

Complementos:

Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)  

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