Dica 29 – Como saber se a injeção eletrônica está com problemas?

                 A injeção eletrônica é o sistema de alimentação de combustível presente na esmagadora maioria dos veículos atuais.

            Ela surgiu em substituição aos antigos sistemas carburados e mecânicos com a vantagem de controlar eletronicamente todo o processo de injeção de ar e combustível além de corrigir desvios pontuais na combustão e também checar a eficiência de suas ações por meio de vários sensores.

            O gerenciamento eletrônico do funcionamento do motor de um carro, hoje faz parte do cotidiano de quase todos os modelos das montadoras de veículos no mundo. 

Assim, o sistema de injeção eletrônica permite um controle mais eficaz da mistura admitida pelo motor, mantendo-a sempre mais próxima da mistura estequiométrica ideal, o que resulta em uma maior eficiência no desempenho do carro com uma maior economia de combustível.

 

            Na história automotiva, até o final do século XX, o carburador era o principal componente utilizado nos automóveis para promover a injeção e a mistura de ar e combustível para ocorrer a combustão.

            A partir da virada para o século XXI o carburador passou por sucessivas mudanças em termos de tecnologia, passando a ser comandado por dispositivos eletrônicos (carburador eletrônico) antes de finalmente ser totalmente substituído pela nova tecnologia da injeção eletrônica.

Atualmente o uso do carburador se restringe a alguns tipos de competições, instalado em carros de alto desempenho ou ainda na fabricação de motos, sendo que nestes casos, também aos poucos está sendo substituído pela injeção eletrônica.

O seu uso esporádico em algumas raras situações pontuais ainda se justifica devido o seu custo mais barato e manutenção relativamente mais fácil em relação a injeção eletrônica, mesmo gastando mais combustível, com a necessidade bem maior de manutenção periódica.

 

O carburador tem um funcionamento bem simples. Ele capta o ar externo filtrado previamente e que será usado na mistura com o combustível já presente em seu interior em pequeno compartimento reservatório chamado de cuba.

Esta captação acontece por meio de um movimento mecânico, no qual o ar é aspirado pelo movimento de um pistão.

Assim,  uma porção de oxigênio passa por um estreitamento de passagem (chamado difusor) arrastando consequentemente uma porção de combustível para a cuba.

Uma borboleta metálica e móvel, instalada na base do carburador é ligada diretamente ao pedal do acelerador e dosa de acordo com sua abertura a quantidade de mistura que o motor precisa aspirar.

Desta forma, quando ela acionada pelo acelerador, uma bomba injeta uma quantidade de combustível da cuba do carburador diretamente pelo difusor para a aceleração rápida.

Esta dosagem na injeção de combustível e ar permite que as rotações por minuto (RPM) do motor sejam aumentadas ou diminuídas sempre sincronizadas com a aceleração, assim como a potência que a máquina desenvolverá.

Em marcha lenta a borboleta se encontra  fechada e uma agulha de mistura controla a menor entrada de ar e combustível. Já na aceleração máxima, ocorre exatamente o contrário.

O carburador exige bem menos da parte elétrica já que ele é um sistema de alimentação mais simples sendo que o combustível é arrastado pelo ar para dentro do motor por um fenômeno físico chamado “efeito Venturi”.

Da mesma forma a manutenção de um sistema carburado, salvo em alguns raros casos, é bem mais simples e barata. Isto possibilita, em situações de pane, efetuar o socorro do veículo no local, fazendo com que ele retome seu curso pelos próprios meios, ainda que provisoriamente.

Obviamente por ser um dispositivo simples, sua construção também é muito mais barata se comparada à injeção eletrônica. Porém, para se fazer um serviço adequado de manutenção, eventualmente pode-se precisar de mais ferramentas, calibradores, manuais e tabelas utilizadas na correção de defeitos.

Por outro lado, como a maioria dos sistemas carburados e exclusivamente mecânicos não utiliza nenhum sensor (salvo em alguns e poucos carburadores mais modernos) este sistema não tem capacidade de se adaptar com perfeição a todas as mudanças e condições de uso às quais eventualmente pode ser submetido.

Por exemplo, como um sistema de injeção baseado em carburador não utiliza sensores ele não é auto-adaptativo. Logo, não pode usar diversos tipos de combustíveis como o que ocorre com as injeções eletrônicas para os carros "Flex" (que podem usar tanto gasolina quanto álcool).

Assim, o antigo sistema com carburador nem sempre consegue ter uma eficiência tão boa ou flexibilidade melhor do que um sistema moderno de injeção totalmente eletrônico.

No final do século XX e início do século XXI, durante a transição entre o sistema com o carburador mecânico para a atual e moderna injeção eletrônica, tivemos o uso do carburador eletrônico.

Este tipo já era composto por um carburador controlado por uma central eletrônica, que neste caso, já recebia algumas informações de sensores localizados do motor (como temperatura, rotação, etc).

Este último sistema foi o precursor da atual injeção eletrônica e, inclusive, vários automóveis o utilizaram, especialmente, nos últimos anos da década de 1990, como por exemplo, Logus, Santana, Quantum, entre outros.

Finalmente o carburador mecânico ficou de fato obsoleto pelos fabricantes automotivos sendo totalmente substituído pelo sistema atual de injeção eletrônica a partir dos primeiros anos do século XXI.

A substituição do sistema mecânico com carburador por um totalmente eletrônico permitiu maior confiabilidade na dosagem da mistura permitindo que a mistura de ar e combustível sempre ocorra rapidamente e de forma adequada para cada etapa ou ciclo de rotação do motor. 

No moderno sistema de injeção eletrônica, ocorre a leitura simultânea de diversos sensores espalhados em pontos estratégicos do motor.



Concomitantemente a estas leituras, um módulo de controle eletrônico do motor (chamado Engine Control Unit - ECU) examina estas informações e com base em outros dados previamente gravados em sua memória, envia comandos para diversos atuadores espalhados em pontos estratégicos do veículo.

Esse procedimento é efetuado várias vezes por minuto com base nos movimentos do eixo de manivelas ou árvore de manivelas (popularmente conhecido também como eixo do virabrequimgirabrequim ou cambota).

Este eixo é o principal segmento que gira ao receber a força por meio de cada biela conectada ao seu respectivo pistão no motor.

Em média, cada verificação de todos os sensores pelo módulo de controle eletrônico do motor (ECU)  leva em torno de dois segundos.

Assim, fica fácil perceber que o sistema de injeção eletrônica possui vários componentes de auto controle e que contribuem para a melhor eficiência do processo. Além disso, todos atuam em sinergismo, simultaneamente e curiosamente independentes da funcionalidade um do outro.

O componente principal deste sistema é o módulo de controle eletrônico do motor (ECU) ou mais popularmente conhecido como central eletrônica, onde ficam gravadas as informações do veículo e os seus parâmetros de fábrica.

A ECU também realiza os cálculos programados para gerenciar a alimentação e a ignição do motor a partir dos dados recebidos pelos vários sensores distribuídos pelo carro.

Os outros componentes do sistema de injeção eletrônica podem ser divididos em dois grandes gruposː sensores e atuadores.

Os sensores já foram abordados mais detalhadamente em um capítulo exclusivo para eles. Contudo,  relembramos os mais importantes para este sistema:

 

1 – o sensor de posição da válvula de aceleração (TPS) ou sensor da borboleta de aceleração que informa ao módulo da unidade central eletrônica (ECU) a posição instantânea da válvula ou borboleta de aceleração.

Como ele é montado junto ao eixo da mesma, permite à central identificar a potência e aceleração que o (a) motorista esta requerendo do motor, entre outras estratégias de funcionamento.

2 – o sensor de temperatura do líquido do sistema de arrefecimento que informa à ECU a temperatura do líquido de arrefecimento.

Ao enviar esta informação à central eletrônica de comando, esta por sua vez, altera o tempo de injeção, avanço de ignição, entrada de ar no coletor e, até quando necessário, uma dose extra de combustível pelo injetor de partida à frio.


3 – o sensor de temperatura do ar que sinaliza para a ECU, a temperatura do ar que entra no motor.

Assim, juntamente com o sensor de pressão, a central eletrônica de comando consegue calcular com melhor exatidão a massa de ar a ser admitida pelo motor.

Como consequência determina a cada instante a quantidade de combustível adequada para uma combustão completa.



            4 – o sensor de pressão do coletor que indica para o módulo da unidade central eletrônica (ECU) qual é a diferença de pressão do ar dentro do coletor de admissão, existente entre a borboleta e o motor e o ar atmosférico a cada momento.



            5 – o sensor de rotação que informa à ECU a respectiva rotação do motor e na maioria dos sistemas a posição dos êmbolos, para a central realizar o sincronismo da injeção e ignição. 


6 – o sensor de detonação que permite, à ECU detectar eventuais batidas de pino no interior do motor e, assim quando necessário, o módulo da unidade central eletrônica diminui o ângulo de avanço de ignição.

Ao fazer  para eliminar o evento denominado como "pré-detonação", voltando a avançá-lo posteriormente para prevenir uma quebra. Este sensor é fundamental para a vida do motor, já que os motores modernos trabalham em condições extremas e críticas. 


                7 – o sensor oxigênio ou sonda lambda que fica localizada no escapamento do automóvel e informa à ECU a presença de oxigênio nos gases de escape. Assim, ela é responsável pelo equilíbrio da injeção, pois envia a informação do estado dos gases na saída do motor e em função destes dados a central eletrônica  reajusta e controla o pulso da injeção.

Além disso, nos automóveis Flex, que são aqueles que podem rodar com mais de um combustível ou com uma mistura entre eles, o módulo da unidade central eletrônica (ECU) consegue identificar o combustível utilizado, ou a mistura entre eles, por meio do sinal enviado por este sensor.


8 – o sensor velocidade que informa a velocidade real do automóvel que é uma informação essencial para a adoção de várias estratégias pela ECU. 

Além destes sensores que captam informações em tempo real do funcionamento do motor para alimentarem com dados bem mais precisos a ECU, temos também os atuadores que são efetivamente os componentes responsáveis pelo controle mecânico do motor


Os atuadores também são acionados por meio de sinais elétricos emitidos pelo módulo da unidade central eletrônica (ECU) e, assim, controlam as reações do motor.

Entre os principais atuadores podemos destacar:

 

1- os injetores ou bicos injetores, já explicados em um capítulo específico, são os responsáveis pela efetiva injeção de combustível no motor. São controlados pela central eletrônica que gerencia a quantidade de combustível a ser injetado em um determinado espaço de tempo, mantendo o injetor aberto.

Este intervalo de tempo é chamado tecnicamente de “tempo de injeção”.



Os injetores podem ser classificados por seu sistema de funcionamento como monoponto quando existe apenas um injetor para todos os cilindros ou como multiponto quando há um injetor para cada cilindro.

Além disso, temos injetores que atuam antes das válvulas de admissão, injetando combustível de forma indireta e também existem aqueles que injetam o combustível diretamente dentro da câmara de combustão, neste caso chamados de injetores de combustível de injeção direta.

 

2 – as bobinas também já explicadas em um capítulo específico, são as responsáveis por fornecer a centelha que irá propiciar a combustão no motor.


 

Os sistemas antigos (ignição convencional) utilizam uma única bobina e um distribuidor para distribuir a faísca para todos os cilindros. Já os sistemas modernos utilizam uma bobina ligada diretamente a dois cilindros ou até uma bobina por cilindro.

Nos veículos atuais é o módulo da unidade central eletrônica (ECU) o responsável pelo avanço e sincronismo das centelhas geradas pelas bobinas.

 

3 – o motor de passo ou motor corretor marcha lenta é utilizado para permitir e regular uma entrada de ar suficiente para que o motor mantenha a marcha lenta constante e indiferente das exigências momentâneas ou eventuais do ar-condicionado, do alternador e outros que possam afetar sua estabilidade.

Normalmente, o motor de passo atua por meio do movimento de sua ponta cônica que age e se movimenta como um êmbolo permitindo uma passagem de ar maior ou menor. 


Esta atuação funciona a partir de campos eletromagnéticos que são ativados e desativados eletronicamente pela ECU que é instalado em um desvio (by pass) da borboleta, podendo assim, controlar o fluxo de ar enquanto ela se encontra em repouso.

O nome “motor de passo” se origina de sua estrutura composta por um número fixo de polos magnéticos que vão determinar o número de passos para ele completar uma volta inteira.

No carro, o motor de passo é um dos atuadores de marcha lenta mais importantes, pois regula o fluxo de ar  da seguinte maneira: no seu interior existe um ímã, e ao redor dele estão algumas bobinas de alimentação independentes que ao entrarem em funcionamento, desenvolvem um campo magnético de natureza Sul. Então, o polo Norte do imã é atraído nessa direção.

Cada bobina é acionada uma vez durante cada passo e assim, o polo Norte do ímã gira realizando um movimento semelhante ao ponteiro do relógio.

Ou seja, a trajetória intercalada do ímã de uma bobina para outra é o que chamamos de passo.

Assim, conforme o ímã gira e dependendo da velocidade de rotação, a pequena engrenagem empurra ou puxa o embolo de ponta cônica que então se move, liberando mais ou menos ar para a marcha lenta.

O motor de passo possui longa vida útil e é muito confiável. Contudo, convém destacar que ele é usado com muita frequência, principalmente no circuito urbano de uma cidade. Por essa razão é possível surgirem falhas como, mancais com folgas, rolamentos travados, eixo quebrado, desmagnetização do rotor, diminuição da isolação elétrica entre outras que necessitem reparos.

 

4 – a bomba de combustível é o atuador responsável por fornecer o combustível sob pressão aos injetores. Na maioria dos sistemas modernos ela está instalada dentro do reservatório principal de combustível (tanque) do automóvel. Ela bombeia o combustível de forma constante e pressurizada, passando pelo filtro de combustível até chegar aos injetores.

Conforme o modo de seu acionamento, uma bomba de combustível pode ser mecânica ou elétrica.

As bombas de combustível mecânicas predominam nos carros mais antigos cujo o sistema de alimentação de combustível e respectiva mistura para combustão é baseado em um carburador. Ou seja, a imensa maioria dos carros fabricados até o final do século XX e início do XXI possuem este tipo de bomba.

Nelas, o movimento giratório de um eixo excêntrico aciona uma pequena alavanca para cima e para baixo, que por sua vez, movimenta continuamente um diafragma nos mesmos sentidos.

Assim, o diafragma ao se distender suga mecanicamente o combustível que adentra na bomba por meio de uma válvula de entrada que se fecha em seguida para evitar um refluxo. No movimento imediatamente subsequente de retração do diafragma, o combustível é impulsionado para fora por meio de uma válvula de saída.

Portanto este tipo de bomba somente funciona com o motor girando. 



Já as bombas de combustível elétricas apresentam um desempenho bem melhor que as suas antecessoras mecânicas e predominam nos veículos mais modernos e equipados com o sistema de injeção eletrônica.

Nelas, o movimento mecânico de distensão e retração do diafragma é feito por um eletroimã que assim traz o combustível para o interior da bomba e em seguida o impulsiona para o sistema de injeção eletrônica.


As bombas de combustível elétricas mais atuais estão abrigadas dentro do tanque do veículo para que a própria gasolina refrigere o pequeno motor elétrico presente dentro dela. Normalmente ela é formada por um pré-filtro, um conjunto de alta pressão e um motor elétrico.

Diferente da bomba de combustível mecânica que somente funciona com o giro do motor, para a bomba elétrica começar a funcionar basta a chave de ignição ser acionada e as luzes do painel se acenderem.

Ou seja, o motor não precisa estar ligado para ela funcionar. Por outro lado, enquanto as luzes do painel estiverem acesas, a bomba não cessa o envio de combustível para o motor, esteja ele funcionando ou não.

Contudo, a boa notícia é que neste caso, enquanto o motor permanecer desligado, o sistema direciona o combustível que não é queimado pelo motor de volta para o tanque.

Durante esse processo, é fácil concluir que o veículo exige bastante trabalho por parte do motor elétrico da bomba de gasolina, que, por sua vez, aumenta consideravelmente de temperatura.

Como ela é refrigerada exclusivamente pela própria gasolina presente do tanque é extremamente recomendável manter o tanque do carro sempre acima da reserva.

Além disso, ao trafegar com pouco combustível no reservatório principal, a bomba tem que trabalhar mais energicamente na busca da gasolina no fundo do tanque. Neste local normalmente há resíduos dissolvidos e depositados por gravidade nesta região mais baixa e, por esta razão, podem ser levados mais facilmente para o sistema de injeção eletrônica.

Como a consequência para o veículo pode ser desastrosa, a maioria dos fabricantes sinaliza com uma luz no painel quando o veículo começa a rodar com o tanque na reserva, além de alertar também para o óbvio risco de ocorrer uma pane seca (enguiço por falta de combustível).

Os principais sinais que sugerem uma verificação e até possível substituição da bomba de combustível incluem o motor apresentando falhas, baixo desempenho e gasto excessivo de gasolina.

Este componente possui uma longa vida útil, normalmente superando a marca de 100.000 km. Logo, é o grande tempo de uso o principal fator de ocorrência de um eventual problema neste item.

Entretanto outro fator que pode afetar a conservação da bomba é a utilização de combustível muito adulterado ou de qualidade duvidosa.

Normalmente estas adulterações incluem acréscimo de etanol na gasolina acima do que é determinado por lei (no máximo 25%), ou mistura de água no etanol, ou ainda o que é pior, que e a adição de solventes tanto no etanol quanto na gasolina.

Por esta razão desconfie de postos cujo preços dos combustíveis estejam muito abaixo da média do mercado, ou cuja procedência seja duvidosa ou você desconheça.

O enchimento de um tanque com combustível acentuadamente adulterado faz com que o motor do veículo comece a falhar quase imediatamente e normalmente os reparos nos componentes afetados são bem onerosos.

Outra consequência resultante da adição acima do limite legal de etanol à gasolina (25%) é o aumento do consumo de combustível, que ocorre devido ao fato de que a proporção de combustível e ar necessária para a queima de cada um é bem diferente.

Finalizando, qualquer tipo de adulteração afeta sensivelmente tanto o sistema de ignição eletrônica, quanto a alimentação de combustível reduzindo, em especial, a vida útil da bomba, o que justifica uma maior atenção na hora do abastecimento.

 

5 – a válvula purga canister foi desenvolvida no contexto automobilístico na última década do século XX , devido a emergente e já crescente preocupação, naquela época, com a emissão de poluentes. 

Ela surgiu pois, além do motor, outra fonte significativa de emissão de gases em um veiculo é o próprio tanque de combustível, já que grande parte deste vapor sempre acaba sendo  liberado para atmosfera.

Considerando isto foi desenvolvido o protocolo do sistema EEC (Evaporative Emission Control), fazendo parte do sistema de injeção eletrônica, no qual a válvula purga canister passou a ser um importante componente.

De um modo geral, temos neste sistema um filtro de carvão ativado, chamado de filtro do canister que absorve o vapor de combustível filtrando-o e liberando ar filtrado para a atmosfera.

Por outro lado, o vapor que foi absorvido pelo carvão ativado do filtro é reaproveitado pelo motor e para controlar a queima desses gases foi desenvolvida a válvula de purga do canister (também conhecida em ingles como Canister Purg Solenoid).

Também chamada de eletroválvula do canister trata-se de uma simples válvula solenoide que libera ou restringe a passagem de vapores de combustível para o coletor de admissão.

Assim, os gases evaporados do combustível e que ficaram retidos no filtro do canister são purgados pela válvula diretamente para o coletor de admissão, para serem, posteriormente, queimados pelo motor no tempo mais adequado de combustão.

Na verdade qualquer válvula solenóide é um dispositivo eletromecânico usado para controlar o fluxo de líquido ou gás utilizando uma bobina que ao ser energizada cria um campo magnético fazendo com que um êmbolo interno se mova.

No caso da válvula de purga do canister ou eletroválvula do canister é o  vácuo criado pelo coletor de admissão que retira o vapor de combustível, e na sequencia ela apenas libera ou bloqueia a passagem conforme a movimentação do seu êmbolo interno.

No entanto, esses vapores não podem ser adicionados a mistura ar e combustível em qualquer momento. Eles precisam ser controlados para entrarem no motor em determinados momentos específico, pois caso isto não aconteça, esta queima adicional poderia prejudicar a máquina.


Por este motivo é o módulo da unidade central eletrônica - ECU (iniciais em inglês de Eletronic Control Unit - ECU) quem controla eletronicamente a válvula de forma que a passagem de vapores de combustível para o motor não aconteça nestes momentos inadequados, como por exemplo, durante a marcha-lenta. Afinal, a injeção de combustível neste instante, aumentaria o consumo e até, contraditoriamente, o índice de emissões.

A válvula de purga está localizada entre o filtro canister e o coletor de admissão e recebe a tubulação que vem do canister e a tubulação que segue para o coletor de admissão.

Embora os gases passem para o coletor de admissão somente quando a válvula abre, todo o controle é feito eletronicamente a partir de informações provenientes da sonda lambda e do sensor de temperatura, o que determina a quantidade de gases liberados para serem suplementados a mistura ar e  combustível.

O controle da válvula é realizado com a liberação de pulsos negativos que a abrem ou suspensão deles para fechá-la, e normalmente estes pulsos são visualizados em porcentagem de ciclo de trabalho no aparelho scanner.

Quando o vapor do combustível fica retido no filtro canister enquanto a válvula de purga estiver fechada e, caso esta venha a falhar liberando os vapores sem controle, a relação da mistura ar e combustível ficará comprometida. Isso resulta em funcionamento irregular, com falhas, do motor e perda de desempenho.

Perceba que por se tratar de uma quantidade adicional de combustível, pois os vapores reaproveitados enriquecem a mistura, é possível verificar se a falha é oriunda de uma quantidade exagerada de combustível com a simples análise do estado das velas de ignição.

Não raro estas se desgastam prematuramente, além de ser possível considerar um maior índice de contaminação do óleo lubrificante com combustível.

Há também a possibilidade bem incomum da válvula ter o seu circuito interrompido e permanecer fechada. Embora nesta situação mais rara o problema não seja perceptível, a contínua absorção de vapor de combustível pelo filtro canister pode acarretar em uma sobrepressão no sistema e, até ocorrer o rompimento de alguma mangueira, que aliás, são frágeis. 


O sintoma característico dessa falha é o constante cheiro de combustível após o funcionamento do veículo, mas sem sinais de vazamento que podem estar acompanhado do acendimento no painel da luz da injeção eletrônica, também conhecida como luz de avaria, ou ainda luz MIL (sigla em inglês para Malfunction Indication Light que em tradução livre significa luz indicadora de mal funcionamento).

 

6 – o eletroventilador de arrefecimento é um atuador que fica posicionado atrás do radiador sendo acionado quando o motor encontra-se em uma temperatura alta. Assim ele  gera uma passagem de ar adicional pelo radiador mesmo quando o automóvel está parado. Nos sistemas modernos é comum ele ficar automaticamente desativado se o carro estiver acima de 90 km/H.



Tanto os sensores acima citados quanto os respectivos atuadores estão conectados à luz do painel da injeção eletrônica que assim indica alguma avaria do sistema.

Esta conexão permite, à central (ECU) sinalizar e advertir imediatamente ao motorista do automóvel, que existe uma falha em algum componente do sistema da injeção eletrônica.

Se ela acender com o carro ligado ou em movimento significa que algo não esta funcionando adequadamente no sistema, sendo que o defeito pode estar desde a parte responsável pela injeção e queima do combustível (velas, cabos, bobinas, bicos injetores, central eletrônica, etc.) até a parte que cuida da exaustão dos gases (catalisador e a sonda lambda).



Ao acender ela também armazena na memória da central um código de falha referente ao componente com o problema e aciona uma estratégia de funcionamento emergencial para o respectivo item, permitindo que o veículo seja conduzido até um local seguro ou uma oficina.

Como já dissemos anteriormente, em outras palavras, se ocorrer alguma advertência o erro é anotado e o componente é parcialmente desabilitado para que o veículo seja conduzido até um local seguro ou uma oficina.

 Obviamente não se deve trafegar indefinidamente com uma luz de advertência acesa e da mesma forma efetuar a manutenção preventiva dos componentes especificados pelo fabricante é a melhor forma de minimizar problemas futuros.


Na maioria das vezes, os reparos serão mais caros do que as manutenções preventivas sugeridas pela montadora.

Por exemplo, um filtro de combustível que não for trocado no período correto e ficar por muito tempo com sua vazão comprometida pode causar a queima da bomba de combustível, um componente que custa em média de 8 até 10 vezes mais do que o próprio filtro.

Outra característica interessante da manutenção do sistema de injeção eletrônica é a possibilidade de realizar reparo automotivo por meio de equipamentos de diagnósticos mais precisos como o scanner ou ainda mais avançados e modernos, como o osciloscópio automotivo que permitem identificações e substituições pontuais apenas dos componentes danificados.


 
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Dica 20 – Como funcionam e para que servem as bobinas? 

Dica 21 – Como funciona o motor de arranque?        

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Dica 30 – O que é módulo central (ECU) e Centralina? 

Dica 31 – Quais os cuidados devemos ter com o motor?  

Dica 32 – O que são trizetas, tulipas, coifas e semi-eixos?     

Dica 33 – O escapamento precisa de manutenção (coletor, abafador, silencioso, catalisador e sonda lambda)? 

Dica 34 – Como limpar adequadamente o carro? 

Complementos:

Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)  

Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para baixar o PDF) 

Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para ver on line)

Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para baixar o PDF)


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