Dica 2 - Quanto se gasta realmente com um carro por mês?
Por incrível que pareça, existe um custo esquecido e quase oculto, mas
que está sempre presente na vida útil de um carro, seja ele novo ou usado,
mesmo que ele rode muito ou até fique parado. Chama-se manutenção mensal.
Afinal, o bom senso orienta considerar este custo como um inevitável gasto ou, melhor, um investimento mensal preventivo de perdas e
gastos evitáveis e vamos explicar por que devemos pensar assim.
Mesmo em um carro zero quilometro periodicamente você tem gastos com
manutenção preventiva ao fazer as revisões para manter a garantia.
Assim, se supostamente após dez meses da compra do seu veículo zero km,
na primeira revisão de 10.000km você hipoteticamente gastar na concessionária
R$400,00 com troca de óleo e outros itens obrigatórios, o valor mensal gasto ou investido
nesta manutenção será de R$40,00 (R$400,00 divididos por 10 meses que será
igual a R$40,00).
Ou seja, mensalmente além das possíveis prestações do financiamento
(caso ele exista), do seguro, das taxas e do combustível ainda devemos prever,
neste caso, um valor adicional de R$40,00, que certamente será gasto mais
adiante.
Este pensamento vale tanto para carros novos quanto para veículos
usados, já que ambos possuem tabelas sugeridas pelos respectivos fabricantes
automotivos para o dono fazer, caso queira, a manutenção preventiva conforme a quilometragem que será percorrida
(10.000km, 20.000km, 30.000km e assim por diante).
Pronto. Acabamos de demonstrar que um investimento (ou melhor, reserva) mensal sempre deve
ser previsto para cobrir gastos inevitáveis com a manutenção do automóvel. Mas,
vamos entender por que devemos inserir este "investimento" (reserva) em nosso orçamento
mensal.
Com estas informações e as tabelas de manutenções (constantes em
qualquer manual do veiculo), basta considerarmos uma média da quilometragem
percorrida por mês, para prevermos os gastos futuros com estas manutenções
preventivas.
Reconhecemos ser um pouco trabalhoso fazer estas estimativas com exatidão para se reservar mensalmente um montante aproximado do gasto futuro. Porém, por enquanto, esta didática explicação tem como objetivo principal apenas ilustrar e comprovar que qualquer veículo tem esse gasto embutido e escondido em sua vida útil.
Se você ainda não se convenceu tome como base a vida útil e reposição dos pneus.
Hoje, existe um consenso que a durabilidade destes componentes deve ser
no máximo de 60.000km ou 5 anos (60 meses).
Mesmo que seu veículo não rode esta quilometragem neste intervalo de
tempo, saiba que os pneus são compostos por borracha, que por sua vez é um
elemento que se oxida, resseca e começa apresentar micro fissuras.
Obviamente neste caso, o pneu precisará ser substituído por segurança,
mesmo sem ter uma grande rodagem.
Agora, divida o valor atual de 4 pneus do seu carro por 60 meses e você
entenderá que infelizmente este ônus sempre acontecerá, quer você queira ou
não.
Por exemplo, um jogo de 4 pneus que hipoteticamente custe hoje R$1.200,00 significa que
o ideal seria, durante 60 meses, você reservar R$20,00 mensalmente, pois este
gasto ocorrerá inevitavelmente ao final deste tempo.
Outro exemplo seria a vida útil de uma bateria que normalmente fica
entre 24 e 36 meses e raramente chega aos 4 anos.
Se usarmos o prazo de 36 meses e um hipotético valor de R$ 360,00 para a
compra de uma bateria nova veremos que o ideal seria, durante 3 anos você
reservar R$10,00 mensalmente, pois este gasto também ocorrerá inevitavelmente
ao final deste tempo.
Este custo pode ser maior ou menor, conforme o cuidado, comportamento e forma de condução de cada dono. Mas em geral, é interessante reservar entre 0,5% e 1% do valor do carro mensalmente para cobrir sem sobressaltos as despesas com manutenção ou reparos oriundos dos desgastes naturais de peças e componentes.
Infelizmente, esse raciocínio não faz parte do dia a dia da maioria dos
donos de carros.
Da mesma forma, outros gastos que não são explicitados ou previstos na
tabela de manutenção automotiva também são ignorados como, por exemplo, as lavagens simples para manter a pintura
do carro em bom estado, o que garante maior valor em uma possível revenda
Normalmente estas lavagens simples precisam ser feitas, pelo menos,
quinzenalmente.
Levando o carro em lava-rápidos ou postos e considerando os hipotéticos valores entre R$20,00 e R$50,00 para uma lavagem simples (valores em 2021), teremos um gasto mensal entre R$40,00 e R$100,00, totalizando um mínimo de R$480,00 e um máximo de R$1.200 ao ano.
Outro valor pouco lembrado é o do seguro.
Considerando o nível de violência e acidentes que ocorrem nas ruas e estradas
de nosso país, o seguro é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores investimentos
para um veículo, pois ele traz tranquilidade e protege o automóvel contra
diversos acontecimentos.
Os seguros completos, ou seguros compreensivos, trazem coberturas contra
roubo, furto, colisões e danos da natureza, obrigatoriamente. Também é possível
contratar coberturas com danos a terceiros, garantia de vidros, assistência 24
horas e muito mais. Na contabilização de quanto custa manter um carro, o seguro
é parte obrigatória do planejamento.
De forma bem genérica o valor
anual de um seguro automotivo
fica normalmente entre 5% e 10% do valor
do carro, sendo que os veículos mais antigos possuem seguros
proporcionalmente mais caros do que os carros novos.
Além disso, outros itens influenciam no custo dos seguros como a
localidade onde o(a) proprietário(a) mora e trabalha, idade, estado civil, sexo
entre outros.
Já no quesito regularização anual de documentos temos, por exemplo, o custo do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que é um imposto que a maioria dos veículos possui e pode variar de taxas mais baixas para taxas mais altas, dependendo do modelo.
Em alguns estados do Brasil também existe a taxa de expedição do Certificado de Registro de Veículo (CRV)
e o Seguro de Danos Pessoais Causados
por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), conhecido como seguro
obrigatório e as multas, para os motoristas que não cumprem as leis de
trânsito.
Os veículos que necessitam pagar o IPVA podem fazer uma conta simples para
saber qual será o gasto com esse imposto. Normalmente este custo é sempre bem
próximo de 4% do valor do carro. Sendo
que para os carros populares e veículos com motores de cilindradas menores,
estas taxas são sutilmente mais baixas.
Finalmente o gasto mais necessário e imprescindível para os veículos se locomoverem que é o combustível. Esse custo vai depender de cada perfil de motorista, do uso e quilometragem diária do veículo, do tipo de motor e respectiva autonomia, além do posto e o tipo de combustível que o proprietário vai abastecer.
Portanto, este sim é um item de
difícil previsibilidade anual, pois ele é altamente dependente do consumo
regular de combustível, como veremos a seguir.
Apenas para termos uma noção inicial e aproximada deste custo em um mês,
vamos considerar um hipotético preço de R$6,00 por litro de gasolina, um carro
que em média rode 10km com cada litro de gasolina (10km/l) e que finalmente
este veículo percorra em torno de 1.000km mensalmente.
Ou seja, a cada mês ao rodar 1.000km ele consumirá 100 litros de
gasolina (1.000km divididos por 10km que é a sua média de consumo – 10km/l),
gastando então R$600,00 por mês (100 litros multiplicados por R$6,00 que é o
preço do litro de gasolina).
Agora, vamos repetir o mesmo exemplo hipotético acima, porém vamos imaginar que este veículo por desleixo em sua manutenção (velas desgastadas, filtros saturados, bicos injetores comprometidos, etc.) esteja desregulado e deixou de fazer 10km/l passando a ter o consumo de 8km/l.
Facilmente veremos que o gasto
com o combustível sobe consideravelmente de R$600,00 para R$750,00 por mês.
Todos nós sabemos que essa elevação no consumo pode, inclusive, passar
despercebida nos primeiros momentos, o que é mais um bom argumento para se
respeitar os intervalos de tempo e de quilometragens sugeridas nas manutenções
preventivas.
O pior é que basta postergar a ida ao mecânico de confiança para fazer a
respectiva revisão por seis meses para esse custo chegar até R$900,00 (R$150,00
de gasto aumentado com o combustível por mês multiplicado por 6 meses).
Ou seja, fica fácil notar que o descaso
com a manutenção preventiva pode se mostrar cruelmente onerosa, sendo que qualquer aumento no consumo do
veículo é diretamente proporcional ao seu gasto total mensal.
Repetimos que este é um exemplo hipotético e apenas serve para explicar
didaticamente a importância de se calcular e prever o custo mensal aproximado
com o combustível.
Voltando para a manutenção periódica, ela sempre embute um valor não mensurado e que, em geral, pode trazer uma razoável economia futura.
Isto porque, além de estar ligada a garantia (no caso do veículo novo), cada
revisão, garante tanto a segurança quanto a manutenção do bom rendimento do
carro, com efetivo controle no consumo de combustível.
Finalizando, se somarmos todos os gastos citados como combustível, manutenção, lavagem, seguro, depreciação, financiamento, IPVA, licenciamento, DPVAT, etc., teremos um valor total bem significativo. Ou seja, ainda não é nada barato ser um(a) humilde proprietário(a) de qualquer carro no Brasil.
Outro ponto interessante é que sempre a aquisição de um veículo
significará futuramente alguma perda
financeira real no momento da sua revenda.
Até o inicio do século XXI, a compra de um carro era considerada
erroneamente pela maioria da população como sendo um tipo de investimento. Isto
porque as montadoras estimulavam este pensamento para valorizar ainda mais seus
produtos e, assim, vender mais automóveis.
Até hoje o item “valor de revenda” é um argumento bastante utilizado
para convencer um cliente pela compra de um determinado carro.
Um grande equívoco, pois acabamos
de ver que a partir da aquisição de um automóvel os gastos são contínuos
enquanto o “patrimônio de 4 rodas” apenas perde valor no mercado com o passar
dos anos.
O nome técnico desta “perda” chama-se depreciação do veículo e ela vai depender muito do modelo, do ano
do veículo e do estado de conservação que ele se encontra.
Carros importados, por exemplo, têm uma tendência maior em se desvalorizarem,
se comparado com os automóveis nacionais, principalmente, por causa dos altos
custos das peças de reposição.
No entanto, na média, considere que um carro usado normalmente deprecia entre 5% e 10% ao ano.
Isso explica os preços bem mais em conta de alguns veículos usados, se
comparados com os mesmo modelos novos, principalmente, os carros importados.
Logo, a compra de um veículo
nunca pode ser considerada como sendo um investimento.
No máximo pode ser visto como um “mimo”
que você dá a si mesmo, para ter mais conforto nos deslocamentos e que
seguramente incluirá gastos.
Considerando exatamente o tema "como economizar com o próprio automóvel", explicaremos nas dicas subsequentes vários itens relativos às manutenções preventivas, com as respectivas explicações da importância e funcionalidade de cada um e também alguns exemplos e comentários sobre serviços e peças.
Dica 1 - Qual a importância e o significado de cada luz do painel?
Dica 2 - Quanto se gasta realmente com um carro por mês?
Dica 3 – Por que seguir as especificidades do óleo lubrificante do motor?
Dica 4 – Quais os cuidados ao dar a partida no motor e como usar a caixa de câmbio?
Dica 5 – Qual a real importância do óleo da caixa de câmbio?
Dica 6 - Quais os cuidados são necessários com a temperatura do motor e com o líquido do sistema de arrefecimento?
Dica 7 – Para que serve e como funciona o fluido de freio?
Dica 8 – O que é importante conhecer e acompanhar no sistema de direção?
Dica 9 – Para que serve esse tal de filtro de ar?
Dica 10 – Para que serve um filtro de gasolina?
Dica 11 – O filtro do ar condicionado precisa ser trocado?
Dica 12 – Quando trocar a palheta do limpador do para-brisa?
Dica 13 – Quais os cuidados devemos ter com a bateria?
Dica 14 – Quanto tempo dura um pneu e quais os cuidados devemos ter com eles?
Dica 15 – Quando substituir as velas de ignição?
Dica 16 – Por que manter cheio o reservatório de partida a frio e também do lavador do para-brisa?
Dica 17 – É preciso fazer regularmente a limpeza de bicos de injeção e esse tal de TBI?
Dica 18 – Como funcionam e para que servem os sensores automotivos?
Dica 19 – Quais são e como funcionam os principais sensores automotivos?
Dica 20 – Como funcionam e para que servem as bobinas?
Dica 21 – Como funciona o motor de arranque?
Dica 22 – Quando trocar a correia do alternador e seus tensores?
Dica 23 – Tem diferença entre essa tal de correia dentada do motor e a corrente de comando?
Dica 24 – Quais os cuidados devemos ter com a suspensão do carro?
Dica 25 – Para que serve calço do motor?
Dica 26 – Quando trocar os amortecedores?
Dica 27 – Quais os cuidados devemos ter com os freios?
Dica 28 – Como funciona o sistema de arrefecimento?
Dica 29 – Como saber se a injeção eletrônica está com problemas?
Dica 30 – O que é módulo central (ECU) e Centralina?
Dica 31 – Quais os cuidados devemos ter com o motor?
Dica 32 – O que são trizetas, tulipas, coifas e semi-eixos?
Dica 34 – Como limpar adequadamente o carro?
Complementos:
Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)
Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para baixar o PDF)
Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para ver on line)
Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para baixar o PDF)
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