Dica 26 – Quando trocar os amortecedores?

           O amortecedor automotivo tem como função controlar e limitar o movimento oscilatório da mola para manter a roda em contato contínuo com o chão. 

             Para melhor compreensão da importância deste controle , vamos relembrar como se comporta uma mola após ser comprimida e em seguida ser solta livremente. Ela simplesmente vai se distender e encolher repetidas vezes até cessar este movimento oscilatório depois da perda de toda energia cinética inicialmente aplicada.

              Por outro lado, se depois de comprimida e ao ser solta ela tiver um limitador de seus movimentos, os movimentos de distensão e encolhimento serão sensivelmente diminuídos.

            Agora que entendemos a importância do controle do movimento oscilatório de uma mola, em especial, no contexto automotivo, vamos compreender como eles foram desenvolvidos.

              Historicamente os primeiros eixos eram fixados diretamente à estrutura das carruagens fazendo com que estes veículos fossem bem desconfortáveis, pois todas as irregularidades do solo era reverberada por toda carroceria. A introdução de molas entre o eixo e o restante do chassis, permitiu que o movimento das rodas fosse independente, absorvesse melhor os impactos delas no terreno e os deslocamentos se tornassem bem mais confortáveis.

Com o desenvolvimento dos automóveis e seu crescente aumento na velocidade, as molas começaram a causar um grave problema. 

O veículo ao passar por um buraco na pista, elas eram comprimidas e a energia acumulada produzia vários movimentos de extensão e compressão fazendo o carro oscilar, comprometendo tanto a sua estabilidade quanto a dirigibilidade.

Desta forma, tornou-se imperativo controlar as oscilações das molas após elas serem comprimidas devido as irregularidades do solo e para resolver este problema foi criado o amortecedor.

Os primeiros modelos foram os amortecedores de fricção que controlavam o movimento das molas com a ação mecânica de um cinto. Foram criados e produzidos em 1926 por August F. Meyer, o fundador da atual fabricante de amortecedores Monroe.

Com o passar do tempo foram criados amortecedores baseados em princípios hidráulicos que controlavam as molas somente no movimento de extensão até chegarmos ao atual amortecedor tubular com pistão e óleo hidráulico que é utilizado tanto nas suspensões tradicionais quanto nas suspensões estruturais McPherson.

Estudos indicam que em um trajeto de apenas dez quilômetros com piso normal e com velocidade de 80 km/h, cada um dos amortecedores de um carro se distende e se encurta de um até quatro centímetros por aproximadamente 26.000 vezes.

Isto significa que após 40.000 km rodados nestas condições teríamos mais de cem milhões destes movimentos, produzindo com certeza alguns desgastes em seus componentes internos.

Contudo, não existem padrões pré-determinados pelas montadoras de veículos que indiquem quando fazer a troca dos amortecedores, porém eles são itens que precisam e devem ser sempre inspecionados com regularidade semestral ou anual.

Alguns fabricantes destes componentes sugerem fazer revisões, em média, depois de 40.000 quilômetros rodados.

Porém sabemos que esta sugestão não pode ser considerada como um padrão, uma vez que sua durabilidade vai depender da forma com que o veículo é conduzido e, principalmente, o tipo de terreno no qual transita, na maior parte do tempo.

Se o maior tempo de uso ocorrer em uma cidade com boas pistas, sem buracos e asfalto liso, provavelmente o amortecedor deste veículo irá durar mais tempo do que aquele utilizado em estradas de terra, irregulares e vias acidentadas.

Como não há como se estabelecer regras eficientes para serem usadas em manutenções preventivas e periódicas deste componente, deve-se ficar atento aos sinais que indiquem se eles já estão desgastados e não mais amortecem com eficiência o constante impacto com o solo.

Afinal, amortecedores com problemas sobrecarregam o impacto do pneu com o solo, desgastando-os mais rapidamente, além de diminuírem a aderência aerodinâmica do veículo com o solo.

Logo, um dos sinais mais claros de desgaste neste componente é o surgimento de um balanço bem mais acentuado nas curvas, já que o movimento de oscilação das molas se acentua, caso a ação limitadora do amortecedor tenha diminuído.

A ausência ou redução no controle oscilatório das molas também se refletem com trepidações durante o trajeto e que se tornam bem mais perceptíveis, inclusive no volante.

A presença de ruídos metálicos enquanto a suspensão trabalha, principalmente em declives e lombadas, também passa a ser preocupante e pode estar relacionado ao seu desgaste e também de outras peças, como coxins e batentes, que possuem relação direta com o funcionamento do amortecedor. 

Aliado a tudo isso, uma inspeção visual rotineira também é de grande valia, em especial para se certificar que os amortecedores não possuem nenhum indício de vazamento.

Apesar de os amortecedores na maioria das vezes não darem motivos para preocupações  eles são itens importantes de segurança e por esta razão, precisam e devem ser sempre inspecionados com regularidade semestral ou anual.



 
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