Dica 24 – Quais os cuidados devemos ter com a suspensão do carro?

             A suspensão (tanto a dianteira quanto a traseira) é responsável por estabilizar e sustentar toda a carga do veículo, de modo a amortecer os impactos provindos das imperfeições nos diversos tipos de piso.

Considerando apenas o objetivo de reduzir as trepidações, os fabricantes de carruagens e carroças criaram o primeiro sistema de suspensão no início do século XVIII, ou seja, bem antes da invenção do automóvel. 

Estes primeiros sistemas eram ligados pelos eixos de rodagens e o amortecimento era realizado por barras de torção ou feixes de molas, de forma muito similar ao que ocorre atualmente com muitos caminhões e ônibus.

Naquela época, a melhoria no conforto foi atingida, inclusive, considerando a velocidade máxima de 40 km/h desenvolvida pelas carruagens.

Como consequência, os primeiros automóveis que surgiram no final do século XIX passaram a utilizar os mesmos sistemas de amortecimento dos coches e carroças da época.

Porém, o rápido desenvolvimento dos veículos movidos a combustão permitiu que velocidades cada vez maiores fossem alcançadas, exigindo um sistema mais eficiente.



A partir dos anos 1920, popularizaram-se os conjuntos com molas helicoidais e amortecedores a gás ou óleo, desenvolvidos por August F. Meyer, o fundador da empresa de amortecedores Monroe. O sistema Mc Pherson, com molas helicoidais e amortecedores, assim como a suspensão  dianteira independente apareceram nos modelos mais sofisticados nesta época e ganharam espaço a partir dos anos 1950.

Apesar dos sistemas de feixe de molas e barra de torção ainda existirem até hoje em alguns veículos, a esmagadora maioria dos automóveis utiliza o sistema Mc Pherson independente na dianteira e braço arrastado na traseira, com as rodas ligadas por um eixo rígido.

Como vimos, o sistema de suspensão baseado em uma barra de torção é um dos mais antigos e já era empregado em carruagens, bem antes da criação do automóvel.

Contudo, até a última década do século XX, a maioria dos automóveis fabricados no Brasil ainda utilizava este sistema. Os mais ilustres exemplos são os Volkswagen Fusca, Brasília, Kombi e similares com barras de torção em sua suspensão traseira, dispensando o uso de molas e amortecedores.

Como desvantagens temos o comprometimento do conforto e até da estabilidade em altas velocidades que se contrapõem a baixa manutenção e robustez mecânica.  

Atualmente temos vários tipos de suspensão como, por exemplo, o sistema que atua independente em cada eixo na qual cada roda absorve sozinha a maior parte dos solavancos, reduzindo a oscilação da carroceria e também temos a suspensão Mc Pherson telescópica que atualmente é a mais comum nos carros modernos.

A suspensão telescópica tem este nome porque se baseia em conjuntos com molas e amortecedores telescópicos nas quatro rodas, que oferecem mais conforto, resistência e estabilidade apesar da menor capacidade de carga, se comparada com as barras de torção.

Hoje a maioria dos carros leves utilizam a suspensão Mc Pherson telescópica e os veículos de carga possuem o sistema de feixe de molas.

Esta suspensão para suportar maiores cargas é um aprimoramento do sistema de barras de torção sendo formada por lâminas sobrepostas que deslizam uma em cima da outra, retornando à posição original após a retirada do peso ou absorção do impacto. Sua principal vantagem é exatamente suportar grandes massas sem prejuízo de comportamento dinâmico ou distensão do conjunto.

Outros sistemas de suspensão também estão presentes no contexto automobilístico, sendo que muitos deles são apenas variações destes principais.

De uma forma resumida, podemos afirmar que os atuais sistemas de suspensão dos modernos automóveis  são compostos por molas, pivôs, buchas, amortecedores e barras de sustentação.

Para manter o bom funcionamento de todos é preciso sempre  atentar para a manutenção preventiva e entre esses cuidados, destaca-se novamente a necessidade de se fazer o alinhamento e o balanceamento das rodas com frequência, conforme já vimos no capítulo dedicado aos pneus.

Esta prática além de garantir uma maior segurança para a dirigibilidade do seu veículo, propiciam uma maior vida útil aos pneus.

Outro cuidado básico é evitar buracos e passar lentamente sobre as lombadas. Afinal, a suspensão do carro foi projetada justamente para evitar os estresses diários causados pela irregularidade do solo, porém a forma de dirigir facilita bastante o trabalho deste sistema, além de ampliar a sua vida útil.

Outro detalhe bem óbvio é evitar carregar peso excessivo no veículo. Em qualquer manual do fabricante está especificado a carga máxima admitida no seu automóvel, portanto basta respeitar os limites estipulados para prolongar a vida útil de seus componentes.

Forçar a suspensão do seu carro, carregando mais peso que o suportado com relativa frequência, pode acarretar vários problemas, inclusive, normalmente bem onerosos.

Como qualquer defeito do veículo, alguns sintomas podem ser observados para reconhecer um problema na suspensão do carro. Alguns deles incluem instabilidade na direção, pneu com desgaste anormal e desproporcional em comparação aos outros, molas danificadas e rachaduras no monobloco.

Para a maioria dos carros não existe um padrão de manutenção preventiva, contudo, as peças que geralmente apresentam mais problemas são as buchas das bandejas,  batentes das hastes, coxins superiores, rolamentos dos coxins, bieletas, buchas de facão, amortecedores, entre outras.


A bandeja também é conhecida como braço oscilante da suspensão e conecta o chassis do carro às mangas de eixo.

Por estar sob constante movimento, ela precisa das buchas de borracha para proteger essas conexões e tornar o movimento mais suave. 

Porém, com o tempo de uso, é comum ocorrer desgaste e ressecamento das buchas da bandeja, ocasionando folgas nos pontos de contato exigindo sua substituição e esta troca deve ser feita imediatamente.

Um dos principais sinais do comprometimento deste componente (buchas) são barulhos, principalmente quando o veículo trafega em pistas irregulares e passa por valetas ou buracos.

A sensação de que o carro está “puxando” para um dos lados e os desgastes irregulares dos pneus também podem indicar a deterioração destas borrachas.

Pelos mesmos motivos, também é muito comum surgir a necessidade de se substituir o batente da haste, coxim superior, rolamento do coxim e a bieleta estabilizadora dianteira.

Os cuidados com a suspensão traseira são exatamente os mesmo que devemos ter com a dianteira em relação aos buracos e terrenos irregulares e lombadas.

O carregamento da mala com peso excessivo é especialmente prejudicial ao eixo traseiro e os limites devem ser rigorosamente respeitados.

Normalmente as buchas das bandejas traseiras comumente também apresentam desgaste e provocam barulhos quando o carro é submetido a irregularidades ou buracos na pista. 

É muito comum ocorrer um desgaste expressivo que exija a substituição deste componente devido às péssimas condições das ruas brasileiras.

Isto solidifica a orientação de se ter bastante cuidado ao dirigir, evitando pisos muito irregulares ou com muitos buracos, sempre que possível.


            Quando este problema se torna recorrente, deve-se considerar a substituição dos amortecedores, pois as buchas inferiores dos amortecedores traseiros se rompendo muito rápido podem indicar, na maioria das vezes, que o amortecedor também já apresenta problema, o que pode confirmado visualmente pelo desgaste aparente.




 
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Complementos:

Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)  

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Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para ver on line)

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