Dica 22 – Quando trocar a correia do alternador e seus tensores?
O funcionamento do motor de um veículo foi projetado para gerar sua própria energia com o intuito de alimentar os diversos equipamentos a bordo e, inclusive, recarregar sua bateria.
Isso é possível graças a um componente
automotivo chamado de alternador que
é acionado por uma correia ligada ao motor. Este acionamento mecânico gera uma corrente
alternada que o alternador transforma
em corrente contínua.
Esta alternação do tipo de energia que
muda de corrente alternada para corrente contínua justifica o nome do
componente que a faz (alternador).
Ele também se incumbe de recarregar a
bateria e alimentar a maior parte do sistema elétrico quando o motor está em
funcionamento.
Relembramos que os sistemas de ignição
e injeção dependem totalmente da energia disponibilizada pelo alternador, logo
a sua importância é inquestionável, em especial, com o veículo estiver ligado.
Quando o motor está desligado, a
bateria (normalmente de 12 volts) se encarrega de alimentar os mais diversos
equipamentos do veículo, como por exemplo, faróis, lanternas, vidros elétricos,
rádio e CD player, entre outros acessórios elétricos.
Quando o motor está em funcionamento, a
correia que aciona o alternador é girada, garantindo a corrente necessária para
o funcionamento de todos os dispositivos elétricos.
Normalmente, com o alternador
acionado, a tensão gerada é de aproximadamente 14 volts. Ou seja, o sistema
atualmente utilizado no veículo é, de certo modo, baseado em 14 volts (e não 12
volts como erroneamente pensamos).
Afinal, esta é a tensão que o alternador deve suprir para manter carregada uma bateria de 12 volts, com uma pequena margem excedente para garantir energia também a todos os outros componentes elétricos.
Isso explica a grande importância de ambos componentes, ou seja, tanto o alternador quanto a própria correia que o aciona.
No caso da correia do alternador, a verificação
periódica se justifica porque ela é feita de borracha. Então, com o passar do
tempo, normalmente ela resseca e começa a sofrer pequenas rupturas em seus
vincos, que se encaixam na polia.
O que acontece é que essas rupturas aumentam lentamente chegando ao
ponto de romper a correia e, quando isso ocorre, até mesmo o funcionamento do
motor pode ser comprometido.
Além da polia do alternador parar de girar e, assim, não carregar a
bateria, o veículo irá desligar, pois em pouco tempo todo o sistema ficará
completamente sem energia.
Na maioria dos carros no Brasil as respectivas montadoras indicam que a correia do alternador, e nos casos em que ela também é conhecida como a correia de serviço/acessórios ou correia Poly V deve ser trocada a cada 60.000 km ou 72 meses (o que primeiro ocorrer) dependendo do modelo do veículo e da especificação do respectivo fabricante.
Este componente também deve ser substituído preventivamente
juntamente com o seu esticador ou,
em alguns casos, com o tensor hidráulico
que, aliás, costuma dar defeito com relativa frequencia.
Este tensor tem a função de manter a
correia devidamente esticada e posicionada no alternador, porém, não é incomum
que ele perca pressão hidráulica, deixando a correia frouxa que então desliza e
faz um barulho agudo e desconfortável.
Outro erro muito comum é deixar cair qualquer tipo de óleo sobre esta correia. Afinal, este descuido também poderá fazê-la deslizar parcialmente nas polias, provocando o mesmo ruído indesejado citado acima.
Após enxurradas ou passagens com o veículo em ruas alagadas também pode eventualmente causar este deslizamento por algum tempo. Caso a correia fique molhada por mais tempo o barulho poderá persistir por horas e até dias até que a água ou umidade se dissipe da borracha.
De fato, o alternador é um
componente de longa vida útil e praticamente dispensa manutenção preventiva,
pois é muito difícil mensurar o tempo de desgaste de suas peças internas.
Ele é composto por uma carcaça externa de ferro que serve
para dar proteção aos componentes internos contendo aberturas estratégicas para
a refrigeração, mesmo havendo uma hélice destinada a esse fim.
Dentro do alternador encontramos uma estrutura circular chamada estator. Ela é feita com ligas de ferro
ou silício e fios de cobre esmaltado (que constituem uma bobina). Neste
componente é induzida a corrente elétrica originada com o giro do rotor.
Também temos internamente do alternador, o rotor que é composto por um eixo de aço, uma bobina, dois pólos em
forma de garras e anéis coletores. A
bobina de excitação é feita de fios de cobre esmaltado que ao receber uma
corrente elétrica, forma um campo eletromagnético polarizado.
Fixados nas extremidades do rotor
temos os anéis coletores que são
fabricados em cobre e têm a função de conduzir a corrente elétrica da bateria
para a bobina de excitação do rotor.
Finalmente temos os itens que efetivamente sofrem o maior
desgaste com o tempo de uso que são as escovas,
pequenos componentes fabricados com ligas à base de carvão que mantém contato
constante com os anéis coletores,
alimentando-os com a corrente proveniente da bateria.
Ainda temos o regulador de tensão que é uma placa de diodos que transforma a corrente alternada em corrente contínua; a ventoinha de refrigeração composta por uma hélice montada no eixo do rotor para ventilar todos os componentes internos do alternador e a polia no lado externo do equipamento montada no eixo do rotor para girar, movida pela correia de distribuição.
Pela descrição dos componentes,
fica fácil compreender porque é difícil programar prazos para revisões no
alternador ou estimar o seu tempo útil de vida.
Normalmente
quando o alternador não funciona bem, a luz indicadora da bateria poderá
acender no painel ou ficar piscando, indicando a necessidade de uma manutenção
no equipamento.
Outro problema no alternador pode ocorrer quando o seu regulador
de tensão interno apresenta defeito enviando uma carga excessiva à bateria do
veículo (em geral, acima de 15 volts) gerando uma sobrecarga e, possivelmente, causando
danos aos equipamentos elétricos.
Quando
o alternador é submetido a um esforço muito grande, também pode acontecer de o estator se deteriorar rapidamente.
A origem desse problema pode ser, por exemplo, uma bateria que parcialmente
se descarrega reiteradas vezes, por causa do som que permanece ligado por muito
tempo com o motor desligado, fazendo o alternador trabalhar posteriormente, em
excesso, para compensar esta perda frequente de energia.
Também não é incomum ocorrer defeito na mesa retificadora de diodos, resultante
da prática popularmente chamada de “chupeta”, quando se dá carga em uma bateria
descarregada, ligando-a a outra com cabos, de maneira incorreta ou simplesmente
quando ocorre um curto na bateria.
Já destacamos que as escovas
estão entre os componentes do alternador que mais sofrem desgaste, porém junto
delas temos o coletor que da mesma
forma também se desgasta, gerando problema no rotor.
O rolamento é o componente que permite os componentes do alternador girarem sobre o próprio eixo a partir da correia ligada ao motor para gerar a energia. Obviamente com o passar do tempo, este componente também pode apresentar defeito iniciando um atrito que pode danificar o estator, o rotor ou até a mesa retificadora.
Outra
possível causa de defeito em longo prazo no regulador de voltagem ou em outros componentes internos do
alternador é o desgaste provocado pela alta demanda de energia advinda dos
componentes eletrônicos do veículo. Quando os acessórios vêm de fábrica, é
claro que a quantidade de funcionalidades está de acordo com a amperagem que a
bateria e o alternador estão aptos a fornecer.
O problema é quando posteriormente se instalam uma quantidade bem maior de acessórios que demandam muita energia (faróis de neblina, som de alta potência entre outros).
O resultado disso é que possivelmente o alternador será
forçado a produzir mais energia do que o normal, tanto para fazer mais recargas
para uma bateria agora subdimensionada, quanto para atender a maior demanda dos
novos acessórios, o que poderá gerar desgastes prematuros.
Infelizmente não há uma estimativa de tempo de troca ou manutenção do alternador, porém a boa notícia é que ele é um componente de altíssima durabilidade.
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