Dica 21 – Como funciona o motor de arranque?

 

Para iniciar o funcionamento de um motor de um veículo a combustão é imprescindível a ação paralela de um motor de partida independente, mas que seja capaz de fazê-lo começar a trabalhar por conta própria.

O motor de arranque ou motor de partida é o responsável por fazer esse papel.

Ele é um pequeno motor elétrico que tem a única função de transformar energia elétrica em energia mecânica para fazer o eixo principal do motor iniciar suas primeiras rotações e, consequentemente, fazê-lo realizar suas primeiras combustões (queima da mistura combustível e ar).

Após o motor do automóvel funcionar por seus meios próprios, o sistema de arranque se torna inoperante, permanecendo parado enquanto a máquina do carro estiver em funcionamento.

De uma forma resumida o motor de partida transforma energia elétrica em mecânica, produzindo um movimento de rotação no motor o que lhe aufere o torque inicial para vencer o atrito interno da máquina movida à combustão.

O motor de arranque é alimentado com um cabo positivo ligado diretamente à bateria e um negativo ligado à carroceria do veículo.

É acionado apenas quando o(a) motorista do automóvel gira a chave totalmente, ficando em funcionamento até que ele solte a chave.

Normalmente, o motor de arranque está resguardado em uma pequena carcaça de ferro, posicionada entre o volante do motor e a caixa de câmbio.

Ao acionar a chave na ignição forma-se um campo magnético que faz com que a bobina e o induzido do sistema de arranque comecem a se movimentar.

Concomitantemente o solenóide (ou chave magnética) é energizado e pressiona a mola de uma pequena engrenagem e seu pinhão (também chamado de bendix) que já está girando, se conecta a cremalheira do volante do motor, que também começa virar.

Assim, o motor principal começa a se movimentar independente de ter havido qualquer combustão, dando seus primeiros giros.

A partir daí, quando enfim acontece a primeira combustão e o motor do carro liga, o motor de partida para de funcionar, pois seu trabalho foi cumprido.

Curiosamente este sistema recebeu poucas inovações com o passar do tempo e praticamente mantém o mesmo princípio desde que foi inventado em 1912 nos Estados Unidos para equipar os automóveis Cadillac modelo 30.

Antes disso, o arranque era feito de forma manual com uma manivela que ficava posicionada na parte frontal do veículo ligada diretamente ao eixo central do motor. Ela era pesada e exigia muita força para fazer com que ela girasse, o que certamente motivou a criação do referido sistema de partida elétrico.

Atualmente, o motor de partida raramente apresenta falhas, porém antes que isto ocorra é até possível identificar alguns sinais que indicam que ele já está com problemas, como por exemplo, quando ocorrer estalos durante a ignição.

Contudo, se o arranque não funcionar ou o motor do carro deixar de ligar mesmo após os estalos, o defeito pode estar na chave magnética. Neste caso, possivelmente o campo magnético é produzido, mas o solenóide não está conseguindo mantê-lo.

Da mesma forma, alguns ruídos que indicam o acionamento do motor elétrico da partida, mas o motor a combustão não liga, podem sinalizar que provavelmente o pinhão não consegue se encaixar no volante do motor e fica girando sozinho. Esta situação pode acontecer porque a peça pode já estar desgastada ou a chave magnética não está acionando a mola para que o pinhão se encaixe a cremalheira.

No caso de se perceber que a partida está se tornando mais demorada, pode ser que as escovas que são feitas de carvão estão gastas. Afinal, este componente é responsável pela condução de energia para o induzido, logo, se elas estiverem desgastadas, a partida possivelmente ficará mais difícil e demorada.

Pelo mesmo raciocínio, se o induzido estiver desgastado ou o pinhão ficar preso à cremalheira a partida poderá ser comprometida.

Se, ao girar a chave, as luzes do painel se acenderem e não houver nenhum sinal de atividade ao dar a partida, é muito provável que alguma peça do motor de arranque esteja comprometida e seu reparo ou troca seja necessária.

Contudo, se as luzes do painel não acenderem ou se mostrarem fracas, pode ser que a bateria está descarregada ou que algum mal contato na fiação está impedindo a transmissão da corrente elétrica para o motor de arranque.

Lembre-se que o uso correto do motor de partida prolonga sua vida útil. Por isso, nunca gire a chave na ignição se o carro já estiver em funcionamento. Essa prática faz com que o pinhão tente se encaixar na cremalheira novamente, que já está em movimento. Com isso, desgastamos e, até mesmo, danificamos estas peças.

Evite acionar o motor por mais de 10 segundos ou fazer várias tentativas seguidas. Caso o carro não ligue imediatamente, aguarde de 10 segundos até um minuto entre os novos giros da chave. Lembre-se que o esforço contínuo pode superaquecer peças e até queimar componentes elétricos deste sistema. 

Existem vários outros motivos para que o carro apresente problemas ao dar a partida. Excetuando falhas pontuais no motor de arranque, o filtro de combustível danificado, a bomba de gasolina com defeito, a bateria descarregada ou com tensão muito baixa, ou ainda falhas no sistema de ignição eletrônica podem comprometer a ligação do motor.


A maioria dos fabricantes não prevê nenhuma manutenção preventiva para o sistema de arranque. Da mesma forma é muito difícil estipular alguma rotina para tal, exceto a verificação visual das condições dos fios e da carcaça externa do motor de partida.

No caso de ter alguma desconfiança, leve o veículo para um bom eletricista automotivo e peça para ele fazer uma revisão no motor de arranque.

Provavelmente ele irá medir o isolamento da bobina de campo, testará a chave magnética, analisará se as escovas estão em boas condições, verificará se o pinhão apresenta marcas de desgastes e deformidades ou se há superaquecimento de algum dos componentes.



 
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Complementos:

Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)  

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