Dica 17 – É preciso fazer regularmente a limpeza de bicos de injeção e esse tal de TBI?
Os bicos do sistema de injeção eletrônica de combustível, tecnicamente conhecidos como válvulas injetoras, bicos injetores ou simplesmente injetores, como estes nomes indicam, servem para injetar o combustível para ocorrer a combustão.
Apesar de serem cruciais para o
funcionamento do motor, eles somente devem passar por algum procedimento de
limpeza se existir, de fato, um defeito pontual.
A checagem deve incluir se os bicos
estão com o mesmo volume ou se o jato está no padrão e, em geral, isto pode ser
feito por meio de um instrumento de aferição chamado scanner automotivo.
Alguns indícios podem apontar a
necessidade do serviço de limpeza dos bicos, como por exemplo, falhas na
aceleração, aumento do consumo de combustível, oscilações de rotação,
incremento dos níveis de poluição que, em situação extrema, poderá acender a lâmpada de diagnóstico no painel
do veículo (luz da injeção
eletrônica) indicando falha no sistema de alimentação de combustível.
O serviço de limpeza de válvula de injeção, uma prática comum no mercado, é realizado utilizando geralmente uma máquina de ultrassom para desobstruir os orifícios desses componentes.
Em muitos casos, a limpeza possibilita recuperar algumas das características funcionais originais. Já em outras situações, em que o procedimento de limpeza não é suficiente para recuperar as condições do injetor, o mesmo deverá ser substituído.
Os injetores podem ser classificados
por seu sistema de funcionamento como injetor
monoponto quando existe apenas um para atender a todos os cilindros e o injetor multiponto quando há um para
cada cilindro.
Geralmente estes últimos injetam combustível de forma indireta, ou seja, antes das válvulas de admissão. Contudo, também existe a chamada injeção direta que é quando eles injetam diretamente dentro da câmara de combustão.
Normalmente, os problemas que exigem a
limpeza dos bicos ocorrem em carros com alta quilometragem, ou seja, com mais de
100.000 quilômetros.
Nesses casos, é indicada a troca dos
injetores como alternativa, especialmente em modelos com sistema do tipo
indireto que é o mais comum.
Eventualmente o manual do carro traz algumas informações sobre estes componentes, porém em geral, elas são bem superficiais sobre a efetiva manutenção dos injetores.
O mesmo pensamento vale para a limpeza do TBI (Throttle Body Injection) como veremos a seguir, assim como a de outros componentes do motor, que se fazem necessários apenas se existirem motivos realmente pertinentes.
Desde que a eletrônica tomou conta do
sistema elétrico do automóvel, surgiram também novos componentes, novas peças,
e também novas denominações e siglas.
Entre elas, temos atualmente o TBI, que são as iniciais em inglês de “Throttle Body Injection”, que em
tradução livre quer dizer “injeção no corpo
da borboleta”.
Este componente funciona controlando a
entrada de ar na admissão do motor para
o cilindro.
Este controle pode ocorrer
mecanicamente nos carros mais antigos e eletronicamente por meio de vários
sensores nos veículos atuais, auxiliando também o funcionamento da marcha lenta
e da aceleração.
Por exemplo, geralmente localizado no
corpo da borboleta existe um sensor de
posição da válvula de aceleração chamado TPS (iniciais em inglês Throttle Position Sensor - TPS) que detecta
e informa o ângulo da abertura da borboleta para o módulo da unidade central
eletrônica - ECU (iniciais em inglês
de Eletronic Control Unit).
Assim, esta unidade central a partir dos dados recebidos por este e outros sensores, reajusta continuamente a injeção de combustível e ar.
Relembrando, então que tanto o bico injetor quanto o TBI (corpo da
borboleta) não tem uma frequência de limpeza previsível ou pré-determinada pelo
fabricante. Logo, não existe nenhuma periodicidade para efetuá-las.
Resumindo, bicos injetores e TBI só devem
ser limpos quando, obviamente, ficam sujos e estas sujeiras se manifestam por
um funcionamento irregular do motor, como, por exemplo, a marcha lenta variando
e falhando.
Contudo, vale a pena considerar fazer uma verificação mais cuidadosa e até uma possível limpeza a cada 60.000 km, levando em conta a qualidade baixa de nossos combustíveis.
Falando
em baixa qualidade de combustível, curiosamente os motores e componentes
automotivos evoluíram bastante, inclusive, o Brasil foi uma das primeiras nações
a deixar de usar o chumbo na gasolina automotiva desde 1992.
Foi
um grande avanço esta eliminação de um componente tão tóxico e que contamina o
organismo humano de forma permanente e, da mesma forma e consequentemente, também
foi reduzido de forma bem acentuada o teor de enxofre liberado no ambiente.
Especificamente
era o composto de chumbo conhecido como tetraetila (CTE) que era incorporado à
gasolina para aumentar a sua octanagem.
Contudo,
foi implantada na sequencia desta retirada, uma discutível solução técnica para
substituição deste elemento e que foi exatamente a adição de um percentual de etanol
que, infelizmente, tem valor energético 40% inferior ao da gasolina.
Uma prática legalizada que persiste até hoje, ou seja, nossa gasolina não tem chumbo, mas tem bastante etanol.
Portanto,
a qualidade e a pureza da gasolina no Brasil não acompanharam as melhores soluções
tecnológicas inseridas nos modernos motores e componentes automotivos que tanto
evoluíram no mundo.
Mesmo
assim, cuidado com as sugestões de realizar qualquer limpeza preventiva do TBI,
sem a presença de um sintoma no motor que a justifique, como por exemplo,
falhas no desempenho ou aumento expressivo no consumo.
Afinal, sabemos que é um componente que pode realmente se sujar internamente devido a qualidade e pureza do combustível que chega até ele, mas, por outro lado, também pode passar anos sem necessitar de nenhuma limpeza ou intervenção.
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Complementos:
Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)
Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para baixar o PDF)
Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para ver on line)
Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para baixar o PDF)
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