Dica 14 – Quanto tempo dura um pneu e quais os cuidados devemos ter com eles?

 

Indiscutivelmente os pneus são componentes importantíssimos para a condução de um veículo com segurança.

Pneus desgastados ou mal conservados representam um grande risco, principalmente em altas velocidades quando podem perder a aderência e propiciarem derrapagens inesperadas.

Em piso molhado aumentam significativamente os riscos de o veículo aquaplanar, pois se os sulcos se mostrarem excessivamente reduzidos, a capacidade de drenagem de água dos pneus também fica proporcionalmente reduzida.

A profundidade dos sulcos da banda de rodagem não pode ser inferior a 1,6 mm. Esta medida foi definida por órgãos reguladores internacionais como sendo o padrão mínimo para que o pneu consiga com segurança, ter a água escoada em sua banda de rodagem quando submetida a um piso molhado.

Todos os pneus possuem uma saliência de borracha que fica em um dos sulcos do pneu conhecida como T.W.I. (sigla em inglês para Tread Wear Indicator que em tradução livre significa indicador de desgaste da banda de rodagem).


Esta indicação permite ao motorista verificar visualmente se o pneu está em boas condições de uso ou quando é o momento de substituí-lo quando seu desgaste atingir o mesmo nível dessa saliência.

Em muitos pneus existe um sinal no flanco lateral mostrando a localização do sulco que contém o marcador. Geralmente este indicador lateral é a própria sigla T.W.I. ou apenas uma seta.


             É importante ressaltar que o T.W.I. é somente um indicador para pneu em boas condições. No caso de ocorrer desgastes irregulares, cortes expressivos na borracha ou bolhas em sua superfície são situações que condenam o pneu independente da altura do indicador de desgaste da banda de rodagem.

Obviamente em qualquer uma destas situações o pneu deve ser substituído imediatamente.

Nas lojas especializadas, os seus profissionais eventualmente podem fazer uso de um instrumento especifico chamado profundímetro para fazer esta medição da profundidade dos sulcos. Na verdade este aparelho é apenas um tipo de paquímetro específico para este tipo de aferição.


Na banda lateral de cada pneu também estão gravadas várias de suas características, como suas medidas (largura, altura, diâmetro), capacidade de carga, velocidade máxima e outras informações.

Entre elas, existem três letras seguidas de quatro dígitos.


          Estas letras são DOT, e os dígitos definem sua data de fabricação. Por exemplo, 3315, onde os dois primeiros (33, neste exemplo) significam que foi produzido na 33ª semana do ano e os dois últimos (15), registram o ano de 2015, neste caso.

Da mesma forma como ocorreu com as especificações do fluído de freio, outras classificações também foram estipuladas pelo Departamento de Transporte dos EUA (US Departament Of Transportation - Instituição americana cuja sigla é DOT), o que explica a presença inicial das três letras DOT

A durabilidade do pneu pode ser muito variável, porém há um consenso que sua validade seja de cinco a seis anos, considerando que qualquer composto de borracha sintética se oxida neste intervalo de tempo desde que esteja em contato com o ar atmosférico.

Portanto, o pneu citado no exemplo anterior, se foi fabricado na 33ª semana de 2015 em condições normais poderia ser usado, com segurança, até o final do ano de 2020, ou no máximo, até meados de 2021.

Assim, um pneu até pode ter a aparência de novo, porém sua validade real expirará do mesmo jeito, o que nos sugere que devemos ter bastante atenção à data de fabricação deste produto no momento de sua compra. 

Adquirir um pneu com uma data gravada em seu DOT muito remota, ou seja, com uma fabricação bem antiga (acima de 5 ou 6 anos) é uma ameaça à segurança, pois ele se desgastará muito mais rápido e até pode se romper com o aquecimento da borracha em contato com o asfalto.

Pelo mesmo raciocínio evite, sempre que possível, estacionar com frequência sobre manchas de óleo ou solvente, pois eles com o passar do tempo causam danos às borrachas em contato contínuo. 

O ideal é fazer a troca dos pneus no máximo entre 50.000km e 60.000 km ou 72 meses (o que primeiro ocorrer). Em geral um pneu apresenta uma longa especificação. Como por exemplo, 205/55 R16 91V, no qual:

- 205 é a largura do pneu em mm;

- 55 é a percentagem da altura da seção do pneu em relação a sua largura;

- R é o código de fabricação do tipo de pneu (Radial);

- 16 é o diâmetro do aro da roda em polegadas;

- 91 é o índice de carga (IC), ou seja, indica a carga máxima que o pneu pode transportar (que neste caso é de 615 Kg, conforme a tabela de IC) e, finalmente,

- V é o símbolo de classificação de velocidades máximas admitidas (neste caso, indica 240 km/h, conforme tabela de índices de velocidades).

Convém relembrar que o preço de um pneu irá variar para mais ou para menos conforme seu tamanho, largura, altura, entre outras medidas e sempre que for substituí-los, respeite a equivalência de medidas. Da mesma forma, sempre que possível troque aos pares, respeitando em ambos os mesmos tipos, modelos e até fabricantes, se for o caso.

Alguns cuidados adicionais incluem obrigatoriamente a verificação do interior das rodas sempre que ocorrerem perfurações e seu respectivo reparo. A retirada de todas as partes do objeto causador do furo, do espaço entre o pneu e a roda é uma ação imperativa, tanto para a manutenção da segurança quanto para manter uma melhor dirigibilidade.

Lembre-se que qualquer reparo de perfurações pode alterar o balanceamento, já que também pode ocorrer alguma modificação no peso e na estrutura do componente reparado, mesmo que estas alterações sejam ínfimas.

 Infelizmente, poucos veículos que rodam em nosso país são equipados com sensores de pressão dos pneus que mostram no painel do carro uma luz sinalizadora que se acende quando a calibragem dos pneus está se reduzindo.

É uma interessante luz de advertência que evita problemas de dirigibilidade decorrentes de uma incorreta calibragem também previne desgastes irregulares ou prematuros dos pneus.

 A calibragem de pneus deve ser feita semanalmente, pois mantê-los com a quantidade correta de ar garante mais segurança e eficiência, inclusive quando o assunto é economia de combustível.

A pressão correta é um item essencial para garantir a boa dirigibilidade, o menor desgaste e o máximo aproveitamento dos sistemas de suspensão, transmissão, tração, direção e frenagem, trazendo assim maior segurança ao motorista e aos passageiros.

Desta forma, é indicado que a calibragem seja verificada com os pneus frios (por exemplo, em um posto próximo e não distante mais do que 2km do ponto inicial de partida).

Isto porque os pneus aquecidos apresentam uma calibragem um pouco acima da real, devido à expansão do ar internamente durante a rodagem e a temperatura atmosférica.

Lembre-se de que o estepe também precisa ser examinado e calibrado e para este componente reserva, considere manter uma pressão de 2 psi até 5 psi (libras) acima dos demais.

Este é um dos poucos itens que pode ser verificado de forma totalmente gratuita na manutenção preventiva de um automóvel.

Para proceder pessoalmente este serviço em um posto de abastecimento basta:

1 - digitar o número de libras (psi) desejado no visor do calibrador e acioná-la ou usar o sinal “+” ou “-“ para chegar neste valor;

2 - retirar a tampa da válvula do pneu;

3 - apertar a trava presente na ponta da mangueirinha do calibrador (quando a trava existir) para encaixar esta ponta na válvula do pneu;

4 - caso a calibragem estiver abaixo do valor escolhido, o equipamento vai começar a encher o pneu. Da mesma forma, se a calibragem estiver abaixo do valor escolhido, irá liberar ar do mesmo até chegar ao número de libras selecionado;

5 - aguardar o apito do equipamento indicando ter alcançado a pressão ideal escolhida;

6 – retirar a mangueira do calibrador, soltando a trava (se existir) e repor a tampa da válvula.

 É altamente aconselhável que seja feita uma checagem semanal da pressão dos pneus e sempre se respeitar a calibragem recomendada pela montadora indicada pelo manual do proprietário.

Em muitos modelos de veículos, esta indicação da calibragem em libras (psi) também é encontrada no lado de dentro da tampa do bocal de combustível ou na coluna da porta do motorista.

Quando há descuido na manutenção da pressão correta dos pneus amplia-se, com o passar do tempo, o risco de perda de aderência e estabilidade, de detalonamento (quando o pneu desencaixa da roda), de deterioração da estrutura interna do pneu devido ao aquecimento extremo durante a rodagem e, finalmente, ocorre um maior esforço do motor para tracionar as rodas o que, consequentemente, aumenta o consumo de combustível.

No Brasil ainda temos a opção de calibrar o pneu com nitrogênio, disponível mediante pagamento em alguns calibradores específicos de postos de serviços e algumas lojas especializadas em pneus.

Apesar de ainda não ser uma prática tão comum, o uso deste gás em substituição ao ar comprimido apresenta a vantagem de sofrer menor variação de pressão por causa das oscilações de temperatura o que mantém o pneu corretamente calibrado por maior tempo.

Contudo, o maior benefício de usar sempre nitrogênio pode estar em longo prazo.

Afinal, vimos que a durabilidade do pneu está intimamente relacionada ao ar atmosférico que oxida materiais como a borracha e o ferro, devido à presença de uma pequena porção de oxigênio (21%) contido no ar comprimido oriundo da atmosfera.

Curiosamente o ar atmosférico é composto basicamente por nitrogênio (78%), oxigênio (21%) e um ínfimo percentual restante por outros gases.

Este seria o melhor argumento para se usar nitrogênio puro (isento de oxigênio) nas calibragens em substituição ao ar disponível nos calibradores gratuitos.

Afinal, com o passar do tempo o processo de oxidação (reações químicas causadas pelo oxigênio e aceleradas conforme a umidade do ar) também pode danificar a válvula da roda composta de ferro ou as paredes internas dos pneus (borrachas), ocasionando vazamentos.

A argumentação é interessante, porém o grande problema é a existência de um custo com o uso do nitrogênio se comparado com a gratuidade do ar comprimido. 

Sempre que se substitui um conjunto de pneus é altamente recomendável fazer o respectivo alinhamento e balanceamento.

O alinhamento é um serviço importante e deve ser feito sempre quando se sente dificuldades em conduzir o carro em linha reta e também quando o veículo começa a puxar para um dos lados.

O desgaste irregular dos pneus também é outro forte indício de que o veículo não está corretamente alinhado o que resulta em vibrações incomuns tanto na direção e suspensão dianteira quanto na suspensão traseira.

Este procedimento é executado medindo e ajustando os ângulos que as rodas do veículo fazem em relação ao piso e às linhas de centro do veículo, equilibrando todas as forças que atuam sobre o carro, tais como: gravidade, força centrífuga, força de viragem, etc.

Tal ajuste proporciona maior eficiência de rolamento, desgaste uniforme dos pneus, melhor estabilidade, especialmente sob frenagem e, consequentemente, mais segurança para os ocupantes.

Os três ângulos mais importantes são conhecidos como cambagem, caster e convergência ou divergência.

A cambagem é um ajuste do ângulo de inclinação vertical da roda em relação ao solo.

O caster é o ângulo de inclinação do pino-rei ou do eixo de direção (em uma linha imaginária) em relação à vertical fornecendo estabilidade centralizada e direcional.

Finalmente o ângulo de convergência ou divergência é a diferença de distâncias entre as partes dianteiras e traseiras dos pneus (vistos de cima). 

Geralmente o balanceamento acompanha o alinhamento, sendo feito no conjunto pneu e roda e objetiva evitar trepidações no carro em velocidades acima de 60 km/h.

O equilíbrio dinâmico é conseguido usando-se contrapesos (pequenos pedaços de chumbo) em pontos pontuais da roda para compensar o ponto que apresenta desigualdade de peso no conjunto pneu e roda.

Caso não haja este equilíbrio na rodagem, certamente ocorrerá rápida deterioração do pneu, distúrbios e trepidação na direção e comprometimento da capacidade de frenagem.

Existem duas maneiras de balancear a roda, o estático e o dinâmico.

O balanceamento estático pode ser feito com o conjunto imóvel.

Já o balanceamento dinâmico requer que o pneu esteja em rotação e ajuda a corrigir problemas que o estático não consegue.

A recomendação é que o alinhamento e o balanceamento sejam feitos a cada 10.000 quilômetros ou, no máximo, uma vez por ano, mesmo que não se perceba nenhum comportamento anormal no automóvel.

Por outro lado, deve-se sempre verificar quando houver trocas de pneus ou rodas, se passou ocorrer vibração do volante ou do veículo.

O alinhamento e o balanceamento também devem ser refeitos quando for efetuado o rodízio de pneus, ou um pneu for consertado devido a furo ou corte, ou ainda após ocorrer choque forte contra obstáculo na pista ou em buraco causando empenamento do aro.

A perda de contrapeso de balanceamento do aro de um pneu também é motivo para refazê-lo e, da mesma forma, quando ele apresentar desgaste em excesso em pontos isolados. 

Finalmente e não menos importante é fazer o rodízio de pneus, que basicamente consiste em inverter os pneus entre os eixos dianteiro e traseiro. Tem como objetivo permitir que os pneus tenham um desgaste uniforme, aproveitando o máximo deles.

O ideal é fazer a cada 10.000km tanto o alinhamento e balanceamento quanto o rodízio de pneus, mesmo se o veículo aparentemente não necessitar de tais ações preventivas.


Os pneus e as rodas são importantes itens de segurança e caso surjam algum problema que não seja solucionado rapidamente, corre-se o risco de reduzir a vida útil de parte do conjunto, acarretando prejuízos financeiros e riscos para todos os ocupantes do veículo.



 
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Dica 33 – O escapamento precisa de manutenção (coletor, abafador, silencioso, catalisador e sonda lambda)? 

Dica 34 – Como limpar adequadamente o carro? 

Complementos:

Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)  

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Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para ver on line)

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