Dica 13 – Quais os cuidados devemos ter com a bateria?
Originalmente a bateria de um automóvel podia ser totalmente recarregável, pois era do tipo chumbo-ácido, ou seja, formada por várias placas de chumbo metálico (Pb) e óxido de chumbo (PbO2), mergulhadas em uma solução contendo ácido sulfúrico (H2SO4) e água destilada (H2O).
Assim, a bateria recarregável de 12
Volts de um automóvel é formada por seis
pilhas ou células eletroquímicas
ligadas em série de 2 Volts (V) cada.
As placas de chumbo metálico (Pb) constituem o ânodo ou polo negativo da bateria, o que significa que elas sofrem oxidação,
perdendo elétrons.
Por outro lado, as placas de chumbo revestidas de óxido de chumbo (PbO2) compõem o cátodo ou polo positivo da bateria. Portanto,
estas recebem os elétrons perdidos pelas placas de chumbo metálico (Pb).
No interior de uma bateria do automóvel, o conector positivo de uma célula
eletroquímica de 2 Volts (V) fica
ligado ao negativo da subsequente e assim por diante pelas seis células
eletroquímicas, o que caracteriza que ela é montada e ligada internamente em série.
Assim, os conectores das extremidades fornecem uma diferença de
potencial (DDP) final de 12 Volts (V).
Portanto, é desta forma que energia
química liberada neste processo é transformada em energia elétrica e essas reações correspondem à descarga da bateria.
Para tal, basta aplicar uma corrente elétrica contínua por meio do alternador
do automóvel fornecendo uma diferença de potencial que inverta os polos.
Lembre-se que neste caso as reações reversíveis não são espontâneas e a diferença
de potencial (DDP) é negativa o que justifica o uso contínuo e concomitante do alternador.
Por outro lado o nível adequado da solução aquosa de ácido sulfúrico deve
ser mantido sempre, pois ajuda a determinar se a bateria está descarregada,
isso porque ela possui densidade inicial de 1,28 g/cm3.
No entanto, conforme as reações vão ocorrendo e a bateria vai
descarregando, a densidade também diminui de valor.
É comum haver perda do volume da solução, com o passar do tempo, devido
à evaporação da parte aquosa que deve ser regularmente reposta segundo os
próprios fabricantes.
Porém, uma reposição exagerada de água
destilada (H2O) pode reduzir a densidade e como percebemos isto
é prejudicial para se obter uma maior eficácia no recarregamento feito pelo
alternador.
Um aparelho chamado densímetro pode medir a densidade da solução de uma
bateria recarregável do tipo chumbo-ácido de um automóvel.
Basta retirar a pequena
tampa de vedação externa de cada um dos seis compartimentos da bateria e
introduzir em cada orifício a ponta do densímetro para sugar um pouco da
solução, apertando e soltando a pera.
A densidade será indicada no corpo transparente pela boia do densímetro
(mostrada em g/cm3).
Assim, se o densímetro mostrar uma densidade menor que 1,20 g/cm3, significa que a bateria precisa ser recarregada.
Em geral, esse tipo de bateria automotiva costuma funcionar de forma
autônoma em curtos intervalos de tempo sendo constantemente recarregada pelo
alternador, que assim, transforma inversamente a energia mecânica em energia
elétrica.
Estas baterias recarregáveis
equiparam todos os veículos até o final
do século XX.
Apesar de elas serem grandes, pesadas e possuírem uma solução aquosa
corrosiva de um ácido bem forte (ácido sulfúrico - H2SO4 com
água destilada), elas ainda são usadas nos automóveis e, principalmente, em
veículos de cargas ou mais pesados. Isto porque elas apresentam exatamente a
alta voltagem e baixo custo de manutenção.
Outro detalhe interessante é que cada equipamento elétrico existente no
carro consome uma determinada carga nominal ou amperagem (A), sendo que toda esta
parte elétrica original funciona em 12 Volts
(V) e 40 Amperes (A).
Isso quer dizer que, quanto maior for a amperagem da bateria, mais equipamentos
elétricos ela suportará e o mercado automotivo oferece, inclusive, modelos
com amperagens mais altas
No entanto, se forem adicionados ao carro muitos componentes, como
módulos de amplificadores de som, iluminação e assim por diante, certamente a
bateria com uma amperagem mais baixa vai se desgastar mais rapidamente, pois
não conseguirá fornecer energia suficiente todo o tempo de uso com esta
sobrecarga.
Um deslize muito comum cometido pelas pessoas mais apaixonadas por componentes automotivos é exatamente instalar vários destes sem atentar para a amperagem adicional que será imposta à bateria.
A partir do século XXI, cada vez mais temos o uso de outro tipo de bateria automotiva que não é mais recarregável.
Ela é conhecida como bateria
selada e representa um aperfeiçoamento sobre a bateria do tipo chumbo-ácido
ainda tão comum.
As baterias seladas possuem
esse nome exatamente porque não apresentam as tampas rosqueáveis que dariam
acesso às seis pilhas ou células eletroquímicas ligadas em série de 2 Volts
cada.
Logo, não é possível completar com água
destilada (H2O) destilada a solução de ácido sulfúrico (H2SO4), caso esta se reduza com o tempo.
Para minimizar a decomposição ou possível perda de volume da solução nestas
modernas baterias seladas, sem
perder a eficiência na transmissão da carga, há uma pequena adição de 0,07% de
cálcio aos eletrodos de chumbo.
Assim as placas revestidas de óxido
de chumbo (PbO2) que formam o pólo positivo e as placas de chumbo
metálico (Pb) que compõem o segmento
negativo ao receberem esta pequena porção de cálcio em sua estrutura, fazem com que haja uma razoável redução na
perda da densidade da solução.
Logo, graças à descoberta desta propriedade química na junção destas
substâncias e seu uso no componente automotivo, não foi mais necessário adicionar
água destilada à bateria durante o seu tempo de vida útil.
Assim, a durabilidade média de uma bateria
selada passou a ficar entre 2 e 3
anos, porém, muito raramente ela alcança
4 anos.
Todavia, esse tempo de vida útil pode cair até pela metade se
determinados aspectos importantes não forem observados.
Normalmente desconhecemos que alguns fatores físicos causam desgaste
excessivo das baterias como, por exemplo, temperaturas extremas.
Além do calor e do frio serem os principais elementos físicos que
influenciam na condução de eletricidade, eles também atuam nos pólos da bateria
alterando sua capacidade de transmitir energia.
Isto
explica porque é bastante comum uma bateria ser mais exigida durante o frio,
devido à retração das peças que geram uma sobrecarga de calor, quando as
reações químicas são mais aceleradas.
Em contrapartida, as altas temperaturas alteram a reação interna da bateria, e consequentemente acelera o processo de corrosão das suas ligas de chumbo, antecipando seu desgaste natural.
Naturalmente, a vida útil da bateria automotiva diminui bem mais se você
usá-la com mais frequência ou muita intensidade. Por isso, preste atenção nos
faróis e no rádio. Não os deixe ligados, com o veículo desligado, afinal eles
aumentam o consumo de energia, e com o tempo, pode diminuir a longevidade da
peça.
Poucos entendem porque o veículo parado e desligado por longos períodos de
tempo pode prejudicar a vida útil da bateria. Porém, todos concordam que, por
exemplo, se o automóvel ficar estacionado por mais de um mês, descarregará sua
bateria.
Portanto, concordamos que mesmo que você teoricamente não ligue nenhum
dispositivo, vários componentes de qualquer automóvel consomem alguns poucos miliamperes (mAh) em stand by por horas
(como por exemplo, segredos, rádios entre outros).
Então, veja que é a própria estrutura do veículo que gastará energia de
forma lenta e passivamente. Isto desgastará as células deste componente, mesmo
o carro permanecendo desligado.
Para se entender como uma bateria se descarrega totalmente em um mês,
pense que em 30 dias temos 720 horas
e imagine que nesse intervalo de tempo, um dispositivo em stand by consumirá a cada hora 70 mA.
Como 70 miliAmperes (70 mA) significa 0,07 Amperes, ao final deste mês (720 horas) o consumo acumulado será de aproximadamente 50 Amperes (basta fazer o seguinte
cálculo 720 horas x 0,07 Amperes).
Ou seja, esse ínfimo consumo de 0,07
Amperes por hora consumirá ao final de um mês (720 horas) a carga inteira de
uma bateria automotiva de 50 Amperes.
Isto explica porque devemos ligar o carro com frequência mesmo sem movimentá-lo
e, no caso de haver um longo tempo de
inatividade, devemos previamente desligar
os conectores dos bordos da bateria.
Para aumentar a durabilidade deste importante componente convém limpar periodicamente os seus terminais. Para fazê-lo basta passar um pouco de bicarbonato de sódio com água nos bordos, esperar a espuma aparecer, removê-la e secar bem.
Também é muito interessante acompanhar com razoável frequência o visor de carga (caso ele esteja
presente na bateria), onde geralmente a cor
verde indica que a bateria está
carregada.
Uma coloração mais escura ou preta neste visor sinaliza que ela
necessita de recarga, enquanto a cor amarela mostra que a bateria sofreu
sobrecarga e provavelmente também será preciso sua substituição em um futuro
bem próximo.
Também é muito comum tentarmos fazer uma última carga na bateria ou em
caso de emergência dar a partida usando uma bateria auxiliar.
Inclusive,
a forma de fazê-lo adequadamente consta na maioria dos manuais dos fabricantes.
Mas, basicamente se resume em usar um cabo auxiliar para conectar os terminais positivos
(+) das duas baterias e depois conectar outro cabo ligado no terminal negativo
(–) da bateria auxiliar, ligando-o posteriormente em um ponto terra do veiculo,
como por exemplo, carroceria ou suspensão (nunca no motor ou em seus
componentes elétricos).
Este
procedimento é chamado popularmente de “chupeta” e pode ser uma solução
paliativa para quem precisa sair do meio da estrada, por exemplo.
No entanto, esta ação não é a ideal, pois eventualmente pode gerar
consequências negativas ao sistema elétrico, em especial na mesa retificadora
do alternador, se a ligação entre as
baterias for feita incorretamente.
Nunca
compre e use uma bateria recondicionada em seu veículo, mesmo que o preço se
mostre bem atrativo.
Tanto a troca quanto a manutenção deste componente devem ser feitos,
preferencialmente, por profissionais especializados.
Perceba que cada bateria possui gravada na sua caixa a sua data de fabricação.
Normalmente esta data está incluída em um código localizado na sua parte
superior contendo o dia, mês e ano de fabricação, como por exemplo, B-27/06/18-C4-0396, que indica a
fabricação de 27 de junho de 2018.
Como é interessante fazer a troca desse componente a cada 30.000 km ou 40.000 km ou no máximo a cada 36 meses (o que
primeiro ocorrer), é interessante anotar a data
de fabricação e programar o momento aproximado de sua próxima troca.
Ficando atento a este detalhe, dificilmente este componente lhe causará
problemas inesperados ou lhe surpreenderá.
Lembre-se que no caso da luz (vermelha)
do ícone de bateria acender indicará que ela não está sendo carregada pelo
alternador, perdendo tensão e ficando descarregada rapidamente.
Logo, nesta situação estacione em um
local seguro e busque socorro mecânico.
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Complementos:
Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para ver on line)
Tabela de códigos de falha sistema ODBII/EOBD para scanner automotivo (clique para baixar o PDF)
Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para ver on line)
Tabela sugestiva para manutenção automotiva (clique para baixar o PDF)
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